A quadra do Entrudo é o período do ano em que mais pessoas, vindas de diferentes pontos do País, confluem à região da Serra da Estrela. Pela primeira vez o concelho do sabugal parece querer tirar partido desse fluxo, o que deve ser valorizado.
Pessoalmente, há muito que alerto para esta realidade. Aproveitando a breve interrupção das aulas no calendário escolar, as famílias vêm visitar a serra. Querem ver a alvura dos montes e anseiam por tocar e escorregar na neve, que este ano abunda.
Porém a passagem pelo alto da serra demora uma manhã ou uma tarde. Quanto muito prolonga-se por um dia. O demais do tempo passa-se a percorrer a região. Visitam-se as aldeias históricas, experimenta-se a gastronomia, percorrem-se museus, feiras e exposições.
Atentos à oportunidade, a maior parte dos Municípios há longo tempo que tiram partido deste maná. Celorico, Seia e Gouveia apostam nas feiras do queijo serrano, Manteigas na feira das actividades económicas, Almeida na feira do fumeiro e Pinhel na feira das tradições. A guarda realiza o tradicional espectáculo de rua, representando o julgamento do galo, em complementaridade ao apoio ao comércio tradicional da cidade.
Durante anos no Sabugal nada de relevante aconteceu, tirante o Carnaval de Aldeia do Bispo e um que outro baile carnavalesco de ocasião em algumas aldeias. Nem em Sortelha, a nossa aldeia histórica mais conhecida, tem tido direito a programa de animação.
Este ano, algo parece ter mudado. Realizam-se os Roteiros Gastronómicos, para divulgação dos nossos pratos típicos, estão anunciados desfiles de Carnaval com a participação das crianças das escolas e de associações locais e realiza-se o almoço anual da Confraria do Bucho Raiano.
As expectativas podem sair frustradas, porque a concorrência é grande, face aos restantes concelhos que mantêm actividades já amplamente conhecidas, mas vale bem a pena tentar tirar partido da oportunidade que o período do Carnaval oferece.
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«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
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100% de acordo.
Mas eu continuo na minha, nada se resolve enquanto as pessoas não mudarem de atitude.
Continua-se a gerir estes eventos de costas viradas para quem vive e trabalha no Sabugal.
Continua-se a não dar valor a quem trabalha, e muito, para colmatar as faltas dos que tem por obrigação fazer o que não fazem.
Continua-se a recusar as evidencias de que há efectivamente má atitude para com as parcerias, as pessoas, a promoção, etc.
Continua-se a recusar ouvir.
E depois alguém grita lá do fundo… “O Rei vai nú!!!”
E esse é muitas vezes morto, mas… O Rei continua nú!