O Ministério da Agricultura arrancou com as obras da Rede de Rega do Sabugal no rio Côa. A intervenção, integrada no Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira, beneficia terrenos situados nas freguesias do Sabugal e das Quintas de São Bartolomeu.
Os terrenos beneficiados com esta intervenção do Ministério da Agricultura, que chega com três anos de atraso em relação ao previsto, situam-se nas freguesias do Sabugal, ao longo do rio Côa até à ponte nova do Sabugal, e nas Quintas de São Bartolomeu, nas zonas da Ínsua, Travessas e Paiã.
Um Grupo de Trabalho da Cova da Beira, criado no longínquo ano de 1966, defendeu a construção de uma rede de rega abastecida a partir da albufeira com o objectivo de beneficiar cerca de 300 pequenos agricultores do concelho do Sabugal.
No entanto as intervenções no sistema de rega são vistas de forma contraditória por dois representantes associativos sabugalenses.
Em declarações ao Jornal de Notícias, Manuel Rasteiro, da direcção da Cooperativa Agrícola do Sabugal, defende o «bombeamento da água da barragem para onde ela é escassa, como por exemplo, para as pastagens da colónia agrícola de Martim Rei, do Soito ou de Quadrazais» acrescentando ainda que «com a agricultura de rastos, o que temos hoje são pequenas propriedades, uns quintais, porque quem produz em quantidade não consegue vender».
Com um discurso contrário apresenta-se José Freire, presidente da AcriSabugal (Associação de Criadores de Ruminantes), considerando que «muitas vezes não se sabe aquilo que está à disposição porque os regadios são sempre rentabilizados, em qualquer lado, mesmo que demore muitos anos e este é por gravidade e os benefícios podem ser ainda maiores».
O projecto de regadio, elaborado pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento (DGADR), está orçamentado em cerca de 1,8 milhões de euros e é financiado pelo Quadro Comunitário de Apoio (QCA III) através do programa AGRO.
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José Carlos Lages
Eis uma boa notícia.
Não resolve todos os problemas do Concelho, nem sequer os da agricultura, mas é um bom ponto de partida.
As questões levantadas pelo Presidente da Junta têm toda a razão e só lamento que a Cãmara Municipal pareça não ter qualquer ideia sobre como desenvolver de forma sustentada o Concelho.
O sector agrícola, nas suas diferentes vertentes, pode e deve ser um dos pilares, e a disponibilidade de água para a rega é essencial.
Ramiro Matos