• O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Acontecimento Ano
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica

Menu
  • O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Acontecimento Ano
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica
Página Principal  /  Páginas Interiores • Ruvina  /  Burocracia ministerial nega apoios à agricultura
17 Janeiro 2009

Burocracia ministerial nega apoios à agricultura

Por José Robalo
Páginas Interiores, Ruvina josé robalo, lei sesmarias Deixar Comentário

Através da Crónica de D. Fernando, o Formoso, de Fernão Lopes, ficamos a saber que este monarca, promulgou em Santarém no ano da graça de 1375, a Lei das Sesmarias, que ordenava entre outros o seguinte: «Todos os que tivessem herdades fossem obrigados a lavrá-las e a semeá-las; se o senhor das herdades as não pudesse lavrar por serem muitas ou em diferentes partes, que lavrasse as que mais lhe conviesse e as outras as fizesse lavrar por outros de modo que todas as herdades que pudessem dar pão fossem semeadas de trigo, cevada e milho…»

Lei das Sesmarias - Reinado de D. Fernando I
Lei das Sesmarias – Reinado de D. Fernando I

Os nossos primeiros reis sempre tiveram uma grande preocupação pelo povoamento do Interior, assente na ideia de que as pessoas são o sangue de qualquer território. A peste negra que abalara toda a Europa, havia dizimado muita gente e as cidades escasseavam de mão-de-obra, razão pela qual se verifica nesta época um êxodo em grande escala para os grandes centros urbanos; assistimos assim à fuga dos servos da gleba para as cidades, onde viriam a encontrar mais facilmente trabalho nas novas artes e ofícios. Estamos na fase do desmoronar do regime feudal, com o princípio do fim da enfiteuse e com o aparecimento de uma nova classe social agitadora para a época, a burguesia.

A Lei das Sesmarias é assim uma lei revolucionária, que visa inverter a tendência de desertificação massiva dos campos, com consequente fixação de pessoas no interior e no campo, uma verdadeira reforma agrária que em Abril de 74 se traduziu pelo princípio insurrecto tão em voga de «a terra a quem a trabalha».

O nosso concelho é um território com algum potencial agrícola, mas com constrangimentos ao nível da exploração dos solos, por nos encontrarmos num espaço de minifúndio. O Sabugal tem potencial agrícola e agro-florestal, que é premente apoiar e incentivar, com uma lei de emparcelamento que permita desenvolver novas políticas agrárias.

Talvez a produção florestal em regime de associação de proprietários fosse também um caminho a trilhar, incorporando uma atitude empresarial e profissional. Num concelho rural como o nosso, é premente aproveitar os instrumentos financeiros disponíveis para o apoio à diversificação agrícola, dignificando assim essa nobre profissão dos meus avós que foi agricultura, a pecuária e a pastorícia.

Em Ruivós, fui encontrar o meu amigo Paulo Rebelo, jovem agricultor, que com algum desencanto na voz, sempre vai dizendo, que «a agricultura é o parente pobre, das actividades económicas e que os apoios e incentivos a esta actividade escasseiam»; não chegam a quem deles necessita por inoperância, por falta de divulgação, muitas vezes por falta de apoio técnico e por burocracia associada aos pedidos de apoio.

Com orgulho, diz-nos que: «Apesar de todas as dificuldades não desiste porque está na profissão de que gosta e que escolheu para sobreviver», reconhecendo que «os poucos apoios e incentivos que vai tendo sempre vêm do município», lamentando que «num país carenciado como o nosso sejam devolvidos fundos de apoio à agricultura e espaço rural por inabilidade técnica e política de quem nos governa».

É assim urgente intervir numa área fundamental para a criação de riqueza e fixação de pessoas no Interior e nas funções emergentes do espaço rural segundo o modelo europeu de desenvolvimento rural sustentável, integrando os bens naturais e paisagísticos num novo e atractivo conceito de ruralidade, dignificando e dando uma visão empresarial à agricultura e floresta (rejuvenescendo o tecido empresarial agrícola, cativando os jovens para modos de produção integrada ou biológica) como novo sangue do território rural.

Criar competências aos jovens que queiram fixar-se para empreender actividades agrícolas e de produção florestal que tragam benefícios ambientais e contribuam para a manutenção de biodiversidade, é uma boa causa que a todos deve unir.

:: :: :: :: ::

>> Para Ler…
«Crónica de el-rei D. Fernando de Fernão Lopes», na Biblioteca Nacional Digital.

>> Para Ouvir…
«Kind of Blue de Miles Davis», da CBS, gravado em 1959, com a participação de Bill Evans ao piano, Julian Adderly, ao saxofone alto, John Coltrane, sax tenor, Paul Chambers no contrabaixo e James Cobb na bateria. Não é possível encontrar melhor naipe de virtuosos, numa improvisação desconcertante.

«Gordon Haskell, Harry’s Bar», East West 0927439762.

:: ::
«Páginas Interiores», opinião de José Robalo

Partilhar:

  • WhatsApp
  • Tweet
  • Email
  • Print
José Robalo

Origens: Ruvina :: :: Rubrica: Páginas Interiores :: ::

 Artigo Anterior Confraria do Bucho Raiano reúne no Sabugal (3)
Artigo Seguinte   Os saudosos torresmos

Artigos relacionados

  • Francisco António Robalo – agradecimento

    Sexta-feira, 6 Julho, 2012
  • Viver no Sabugal é um acto heróico

    Domingo, 28 Dezembro, 2008
  • Sonhos transportados na carrinha da Gulbenkian

    Sábado, 20 Dezembro, 2008

Leave a Reply Cancel reply

Social Media

  • Conectar-se no Facebook
  • Conectar-se no Twitter

RSS

  • RSS - Posts
  • RSS - Comments
© Copyright 2022. Powered to capeiaarraiana.pt by BloomPixel.
 

Loading Comments...