Faleceu, terça-feira, dia 16 de Dezembro, o Dr. Amândio Rosa de Aldeia do Bispo, sendo sepultado esta quarta-feira, nesta localidade.
O Amândio, como gostava de ser tratado, era um amigo querido, por quem nutria, assim como muita gente, uma forte estima e amizade, numa convivência ao longo de mais de três décadas, tanto em Lisboa como na Raia.
Fez parte dos primeiros Corpos Gerentes da Casa do Concelho do Sabugal, eleitos em 1976, participando ainda, em todo o movimento anterior, que levou à criação da Casa.
Nos Torneios de Futebol de Salão da Casa e outras realizações, marcava sempre presença, convivendo com os diversos elementos das Aldeias que nele participavam.
Naquela época longínqua, era associado do Externato Sebastião da Gama, ali para os lados da Portugália, em Lisboa, bem próximo da Casa, que ajudou a nascer, acolhendo muitos estudantes da nossa zona, ajudando todos um pouco, a prosseguir os seus estudos na Capital.
Perdemos um grande amigo, que passou a sua meninice e juventude em Aldeia da Ponte, pois desde cedo arribou à nossa Aldeia, em virtude de os seus Pais ali trabalharem, granjeando uma forte e sadia amizade com as nossas gentes, até à conclusão dos estudos e rumar a Lisboa, onde exerceu o professorado em vários estabelecimentos de ensino, até à sua merecida reforma, regressando a Aldeia do Bispo, onde se encontrava, com uma ou outra escapada a Lisboa, onde residem os filhos.
Para a sua Esposa, Mané, Betinho e Pedrinho as minhas sentidas condolências, com um abraço de amizade.
A raia fica sempre um pouco mais pobre, quando alguém nos deixa, restando a saudade de mais uma boa pessoa que partiu.
Onde quer que estejas, até sempre, amigo Amândio.
Esteves Carreirinha
Pela mão do nosso amigo e colaborador José Manuel Campos, dos Fóios, chegou-nos, com pedido de publicação, um poema de Tomás Acosta, espanhol natural de Navasfrias, dedicado ao Amândio:
Amigo Amândio
O que vamos fazer perto das horas?
Nós não morremos,
partimos para outra dor mais duradoura,
sem noites longas.
Há uma tensão que aperta o coração
mas não declina
como declina o sol para a sua luz.
Ela vem de casa em casa
a acender luzes de cera
pode ser
que venha qualquer dia
mas hoje
partamos para outra dor mais duradoura.
O que vamos fazer, Amândio?
Na nossa distração foi-se o amigo.
Talvez saibamos já que isto é a vida:
uma agenda com todos nossos nomes,
um céu clarão de morte nas suas nuvens.
Obscuramente a alma está a dormir.
Tomás Acosta Píriz
Ciudad Rodrigo 17-12-08