«A democracia e o capitalismo partem de pontos de vista muito diferentes sobre a adequada distribuição do poder. A primeira baseia-se na distribuição equitativa do poder político – um homem um voto – enquanto que o capitalismo acredita que é dever dos economicamente aptos expulsar os não aptos para fora do negócio e eliminá-los. A «sobrevivência do mais apto» e as desigualdades no poder de compra são a base da eficiência capitalista. O primeiro é o lucro pessoal, portanto as empresas tornam-se eficientes para se tornarem ricas. Para dizer isto de uma forma mais crua, o capitalismo é perfeitamente compatível com a escravidão a democracia não» (Palavras de um economista e político neoliberal).
Li num jornal uma notícia que me deixou profundamente angustiado: a abertura das grandes superfícies comerciais 24 por dia. É uma medida destinada unicamente a satisfazer a vontade dos poderosíssimos patrões dessas lojas. Com isso não se vão criar mais postos de trabalho, os trabalhadores serão obrigados a turnos de 16 e mais horas de trabalho, conforme o que lhes ordenarem, e os salários serão de miséria. Consumismo e lucro desenfreados.
Se fiquei angustiado quando li a notícia foi porque estou a dar conta que o capitalismo selvagem está na sua fase senil. Devido a isso, nada, mas nada, o fará parar até à destruição total da dignidade humana.
Segundo um painel da União Europeia sobre pobreza dos trabalhadores não desempregados, mas que trabalham e recebem salários, os portugueses são os mais pobres com uma percentagem superior a 50%. Os deuses tenham piedade de nós e não nos castiguem mais com este elenco de nulidades que nos governa e que apareceram aqui por causa de uma cruzinha num papel.
Leitor: se por acaso trabalha, medite nas palavras do político neoliberal com que começa o artigo.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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