O Tribunal da Guarda ouviu três testemunhas no âmbito do processo em que Maria de Fátima Diogo, natural da Quinta das Vinhas, Baraçal, concelho do Sabugal, pede uma indemnização de 120 mil euros à Liga dos Servos de Jesus alegando ter sido expulsa da instituição após 23 anos de serviço.
O caso, cujo julgamento agora se iniciou no Tribunal da Guarda, remonta ao ano de 2001, quando a religiosa foi afastada da instituição. O tribunal ouviu testemunhas apresentadas pela Liga, as quais confirmaram que a antiga «irmã» não respeitava por inteiro as regras que a disciplina interna dispunha.
Esta é a primeira situação em Portugal em que um caso eminentemente religioso está a ser tratado num tribunal civil. A decisão que permitiu ao Tribunal Judicial da Guarda avançar com o julgamento foi proferida pelo Supremo Tribunal de Justiça, que retirou o caso do Tribunal Eclesiástico, o qual tradicionalmente dirime este tipo de situações.
A ex-freira pretende ser ressarcida do facto de sido afastada da instituição que servia, ficando assim, segundo alega, sem perspectivas de vida. A sua expulsão terá sido originada no facto de não cumprir as regras da instituição, mas a queixosa vem alegando que tudo se deveu a um desentendimento com a irmã superiora, que não a terá autorizado a frequentar um curso superior na Universidade de Coimbra.
Maria de Fátima Diogo é actualmente funcionária da Câmara da Guarda, trabalhando como educadora no jardim-de-infância da freguesia de Vila Garcia.
O julgamento prossegue nos próximos dias, com a audição de mais testemunhas.
plb
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