A propósito do Encontro dos Escritores que decorre este fim-de-semana nos Fóios, que é o Riba Coa profundo, ocorre sublinhar como, depois da ideia da Europa Unida, ou União Europeia se tem tem verificado um aumento generalizado da defesa das pequenas Pátrias, chamadas regiões.
A Revolução Francesa trouxe um centrismo que teve como fruto a dominação das pequenas pátrias pelas capitais do Estado.
Em França este fenómeno quase foi um etnocídio, um genocídio, que até quis liquidar os dialectos regionais.
Portugal imitou a França, e procurou matar o minhoto e o mirandês. Até o barraquenho… Mas hoje em dia as pequenas pátrias querem ser reconhecidas.
Conta-se que o Conde de Aurora, notável escritor minhoto da primeira metade do século XX, advogado e diplomata, viajando de avião para Londres, teve de, às tantas, preencher o impresso do Departamento inglês de Emigração, antes de aterrar, e fazer presente na Alfândega. Na pergunta «Nacionalidade?» escreveu «Portugal» e na linha da «Raça» escreveu «Minhota».
Assim possamos dizer-nos da Raça de Riba Coa.
«Carta Dominical», opinião de Pinharanda Gomes
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