Os lobos atacaram nos Fóios e o José Abílio proprietário de cerca de 80 ovelhas ficou mais pobre.
Quando no domingo, pela manhã, José Abílio chegou à sua propriedade encontrou quatro ovelhas mortas e as ossadas da uma quinta que serviu de manjar aos lobos.
«Foi uma desilusão» – disse-me ele – «Quase me apeteceu chorar. Depois de tanto trabalho, a lutar pela sobrevivência, lá se vai o lucro de muitos dias ou anos de trabalho. O lobo atacou as cinco ovelhas que tinha separadamente. Degolou cinco e comeu uma. Telefonei de imediato para os senhores responsáveis pela Reserva Natural da Serra da Malcata dando-lhe conhecimento do sucedido. Disseram-me que deveriam ter sido cães selvagens. Não se consta que haja cães selvagens por estas paragens pelo que afirmo, a pés juntos, que foi o lobo. E não foi certamente apenas um. Inclino-me para uma alcateia, facto que me deixa ainda mais preocupado.»
Consta-se na zona que, através da Reserva Natural da Serra da Malcata (RNSM), foram distribuídos lobos visto estarem praticamente em extinção. Tudo bem. Que protejam o bicho lobo, o bicho lince e outras espécies mas que não esqueçam o bicho homem. É que o ser humano também se encontra em vias de extinção por estas paragens.
Na qualidade de Presidente de Junta da Freguesia de Foios espero e desejo que a RNSM ou qualquer outra instituição se dignem fazer o levantamento dos prejuízos e que atribuam a verba correspondente aos danos provocados por esses animais ferozes.
Tive conhecimento que os lobos atacaram rebanhos em outras localidades do nosso concelho pelo que urge tomar medidas.
Foi-me dito pelo José Abílio que se esses animais continuarem a atacar terá que se desfazer do rebanho e mudar de vida se é que ainda vai a tempo.
Nos Foios, felizmente, ainda há cerca de 500 cabras e 400 ovelhas que muito têm contribuído para o equilíbrio da economia local. Os queijos de cabra, muito apreciados na região, fazem-nos imensa falta. Os cabritos e os borregos são igualmente importantes para o progresso e desenvolvimento de uma zona que está ausente de fábricas e de outras actividades que pudessem aguentar os jovens que se vêem obrigados a abandonar as terras onde nasceram e que tanto amam.
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«Nascente do Côa», crónica de José Manuel Campos
(Fojeiro)
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