O Sabugal é uma referência incontornável na vida do escritor transmontano Trindade Coelho, por ter sido aqui que começou a sua vida profissional enquanto magistrado, razão suficiente para que o nosso município se associe às comemorações do centenário do seu falecimento.
A Câmara Municipal do Mogadouro planeou para este ano um conjunto de iniciativas tendo em vista assinalar o centenário da morte do escritor Trindade Coelho. Está em curso o Prémio Nacional Trindade Coelho, que visa a descoberta de novos valores literários, bem como uma exposição itinerante que vai percorrer as localidades que acolheram Trindade Coelho ao longo da sua vida.
Já foi efectuada uma evocação através do Grémio Literário de Vila Real. E no primeiro dia de Agosto haverá uma Assembleia Municipal extraordinária para homenagear o escritor, que terá o ponto alto uma cerimónia a realizar junto à sua estátua. Os estudos sobre a vida e obra do escritor serão igualmente incentivados pelo município através de um conjunto de iniciativas a levar a cabo em regime de parceria com várias entidades.
Considerado o mestre do conto rústico português, José Francisco Trindade Coelho, nasceu em 18 de Junho de 1861 na vila do Mogadouro, distrito de Bragança. Após concluir os estudos universitários em Coimbra, ingressou na magistratura, sendo colocado no Sabugal como delegado. O lugar foi obtido graças ao empenho pessoal de Camilo Castelo Branco, admirador da obra de Trindade Coelho.
Depois passou por Portalegre e por Ovar, acabando por se fixar em Lisboa, onde não teve tarefa fácil tudo por causa do Ultimato Inglês, durante o qual teve de «fiscalizar» a imprensa da capital.
Desgostoso com a vida, suicidou-se a 18 de Agosto de 1908, com 47 anos.
O Sabugal pode e deve associar-se ao programa comemorativo (desconhecemos se por aqui também passará a exposição itinerante). O Município sabugalense poderá contactar a Câmara Municipaldo Mogadouro para cumprir esse desiderato. Será até apropriado organizar um colóquio, semelhante ao que recordou os 150 anos do nascimento de Joaquim Manuel Correia, onde especialistas na obra do escritor poderão falar da sua obra.
Lanço mesmo uma outra ideia que poderá ter acolhimento: realizar uma investigação que descubra a casa onde o escritor esteve alojado enquanto viveu no Sabugal, para depois se colocar na parede exterior uma placa alusiva.
«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
leitaobatista@gmail.com
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