Lageosa da Raia – O nosso roteiro incluiu a visita à terra natal de D. José Alves, arcebispo de Évora. À medida que nos aproximamos avista-se um enorme casario tipicamente raiano. A estrada e as ruas estavam desertas de pessoas e animais mas algumas chaminés fumegantes denunciavam a presença dos seus proprietários.
À entrada da Lageosa da Raia (uma das aldeias do forcão) está em fase de acabamentos um imponente e moderno pavilhão polivalente inserido num espaço de lazer e de desporto ao ar livre.
O projecto para este equipamento público é da responsabilidade da Junta de Freguesia liderada por Francisco João Sanches Pires (Independente) e resultou de uma candidatura à DRABI (Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior). Os custos da obra foram apoiados pela Câmara Municipal do Sabugal, por delegação de competências e através do subsídio de 25 por cento do valor total correspondente à parte não financiada.
A Associação de Caçadores local aproveitando uma oferta-donativo de um benemérito da terra e o apoio do município sabugalense recuperou uma casa tradicional em pedra e fez dela a sua sede social. Camuflada por alto muro para chegar ao bar interior passa-se por um pátio descoberto que fará certamente as delícias dos seus sócios nos meses quentes de Verão. Foi criado um posto de trabalho para um colaborador que regressou recentemente à aldeia e concilia a actividade na associação com a criação de porcos com «marca de qualidade».
As ruas estão em excelente estado de conservação calcetadas com pedra em granito. Fica sempre bem nas nossas terras mesmo que o orçamento para o alcatrão fique menos dispendioso.
A freguesia da Lageosa da Raia, uma das aldeias do forcão, fica junto à fronteira e dista cerca de 32 quilómetros do Sabugal. O nome da freguesia pode ter surgido pela existência de grandes lajes graníticas que por ali abundam. É banhada por uma pequena ribeira com o mesmo nome da povoação, é acolhedora e bem conservada. Mas apesar dos seus cerca de 400 habitantes sofre e sente-se a gravíssima moléstia de todo o Interior. A desertificação.
Em Agosto, mês de festas e capeias, o dia 5 é dedicado a Nossa Senhora das Neves, padroeira da aldeia e o dia seguinte, 6 de Agosto, à Capeia. Os dois mordomos da Capeia fazem a sua aparição no fim da procissão ao som de tambores, acompanhados pelos rapazes da aldeia em duas filas paralelas. As festividades são, como não podia deixar de ser, «decoradas» com espectáculos musicais, bailes e muita animação.
jcl
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