Os habitantes da freguesia da Meimoa, no concelho de Penamacor, saíram para a rua assustados com as explosões que se fizeram sentir no silêncio da noite provocadas pela aproximação à barreira do som por um avião da Força Aérea durante um exercício militar que envolveu 16 aparelhos.
Um exercício de treino de voo nocturno a baixa altitude com caças F-16 portugueses e dinamarqueses na zona de Penamacor provocou na noite de quarta-feira o pânico entre a população da aldeia da Meimoa que sairam para a rua alarmados com as explosões que se ouviram.
A Força Aérea informou, em comunicado emitido pelo seu Estado-Maior, que o incidente foi provocado pela aceleração inadvertida de uma aeronave militar da Base Aérea n.º 5 de Monte Real que participava num exercício de utilização de equipamento de visão nocturna e «terá na fase de aceleração e por um período extremamente curto atingido inadvertidamente uma velocidade na zona transónica que provocou um forte ruído de pequena duração». A informação oficial adianta ainda já ter sido enviada para a zona uma equipa militar para avaliar as consequências do acidente.
O presidente da Câmara Municipal de Penamacor, Domingos Torrão, confirmou que até ao momento apenas foram registados pequenos danos numa habitação rural nos arredores da vila mas defendeu que «por mínimos que sejam os prejuízos alguém tem que os pagar».
Joaquim Cabanas, presidente da Junta de Freguesia da Meimoa, considerou os exercícios militares de «muito mau gosto». «Às oito da noite deu-se uma explosão. As portas da minha casa abanaram todas e uma até se abriu sozinha e pouco depois houve outra explosão o que levou a população em pânico para as ruas da aldeia», contou o autarca.
Os deputados do Partido Socialista eleitos por Castelo Branco pediram explicações aos ministros da Defesa e do Ambiente avançando com um requerimento solicitando o envio de informação pormenorizada sobre as normas militares e ambientais relacionadas com este caso.
jcl
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