Em 2008 o projecto «Guarda Distrito Digital», desenvolvido pela Associação Distrital para a Sociedade de Informação, vai colocar ao dispor do cidadão vários portais na Internet, como forma de promover o desenvolvimento da região.
O Museu do Pão em Seia foi o espaço museológico privado mais visitado, em 2006, em Portugal, tendo registado mais de 110 mil entradas. Na rede estatal o Museu dos Coches ficou em primeiro e o Museu Monográfico de Conímbriga em segundo lugar.
O Museu do Pão em Seia, com 110.318 visitantes, alcançou o terceiro lugar no ranking dos museus mais vistos durante o ano de 2006 em Portugal. O feito é digno de realce por dois motivos: ficou em primeiro lugar nos museus privados e apenas foi superado pelo Museu dos Coches (que dispensa apresentações) e pelo Museu Monográfico de Conímbriga (vestígios arqueológicos reconhecidos mundialmente) da rede do Instituto dos Museus e Conservação (IMC).
«A localização junto à estrada que dá acesso à Serra da Estrela, a aposta nos serviços de qualidade e o espólio que possuimos são as principais causas do sucesso aliadas ao próprio pão que é um produto que está no imaginário de cada um de nós» explicou Sérgio Carvalho, director do museu, ao diário «As Beiras». Continuando nos números e nas estatísticas acrescentou: «Desde a sua inauguração em 2002 já contabilizámos 591.200 visitantes pagantes e esperamos chegar aos 600 mil até ao final deste ano, apesar de não haver registo dos espectadores com acesso apenas ao bar e biblioteca dos onze eventos culturais anuais.
Para o director do Museu do Pão «a Serra da Estrela é uma região de turismo nacional por excelência e em épocas em que há uma maior afluência nós também nos ressentimos pela positiva e outro dos factores são as actividades culturais e científicas e as parcerias pedagógicas com escolas». Para Sérgio Carvalho o sucesso ultrapassou as expectativas mais optimistas e concluiu dizendo que «havia projecções mas com honestidade os números foram claramente pulverizados».
Os dados entretanto divulgados pela agência Lusa indicam que o número de visitantes dos 27 museus do IMC ultrapassou um milhão de visitantes pelo segundo ano consecutivo. O Museu dos Coches (incluindo o núcleo do palácio de Vila Viçosa) foi visitado por 210.817, o Museu Monográfico de Conímbriga (110.355), o Museu de Arqueologia (109.312) e em quarto o Museu de Arte Antiga (89.565) que foi destronado do segundo lugar do ano anterior. Os responsáveis apontam a subida ao segundo do museu de Conímbriga ao facto ter sofrido obras de remodelação e à instalação de um restaurante de apoio que permitiram atrair mais público.
Parabéns aos responsáveis pelo Museu de Seia. Afinal, mesmo nas regiões ditas do Interior, as boas ideias são recompensadas.
jcl
As bordadeiras do tradicional «Bordado de Castelo Branco» vão passar a dispor de um programa de computador e de uma página na Internet para optimizar a fase de produção do desenho das peças. A velhinha folha de papel vegetal vai ser substituída por ficheiros digitais na Internet.
As folhas de papel vegetal têm os dias contados nos ateliês das bordadeiras do «Bordado de Castelo Branco».
O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) tem em fase de ensaio final uma aplicação informática desenvolvida internamente que irá ser colocada numa página na Internet para optimizar a fase de produção do desenho a bordar. Os criativos podem desenhar digitamente novos desenhos e colocá-los à apreciação da comissão de certificação possibilitando novas soluções de produção de bordados.
«O programa vai ter uma vasta biblioteca com desenhos sendo possívelr imprimi-los, no ateliê, directamente no pano evitando o tradicional processo da cópia em papel vegetal e passagem para o pano-cru», esclareceu à agência Lusa, José Gago da Silva, um dos docentes do IPCB envolvidos no projecto.
O projecto «Ex-Libris – requalificar, adaptar e certificar o Bordado de Castelo Branco» é uma iniciativa liderada pela Associação de Desenvolvimento da Raia Centro Sul envolvendo diversas entidades regionais. O apoio financeiro da União Europeia obriga a desenvolver um processo de formação profissional e de certificação para evitar adulterações e contrafacções criando em simultâneo incentivos à comercialização do Bordado.
As colchas com o «Bordado de Castelo Branco» com desenhos bordados com fio de seda natural existem desde meados do séc. XVI e eram presença obrigatória nos enxovais das noivas das regiões raianas.
Estão inscritas na ADRACES cerca de 200 bordadeiras, 17 formadoras e 34 entidades formadoras dos concelhos raianos da Beira Baixa.
Portanto já sabe. Se perdeu aquele velho vegetal com o desenho que queria para a sua colcha não fique triste. Pode agora pesquisá-lo na Internet. Novos tempos, novos bordados!
jcl
Situado ao longo da estrada para Albergaria de Argañan, Espanha, o Vale de Aldeia da Ponte é composto de cinco espaços, onde nasceram algumas obras importantes.
Do grande complexo do Vale, sobram apenas duas grandes fatias deste território, o principal e o do Cabecito, separado daquele, pelo ribeiro que atravessa esta zona do Vale, que vai desaguar à nossa Ribeira da Aldeia, vulgo, rio Ceserão, que por sua vez desagua no rio Côa.
Num primeiro espaço, que antigamente, ainda serviu para desafios de futebol, quando o Vale era inundado pelas imensas Mêdas de trigo e centeio, para as malhas, a seguir às últimas casas do povo, foi destinado à construção, há um bom ror de anos. Ao lado da Capela de Santo Cristo, nasceu o Lar de Santo Cristo, ocupando todo este espaço, sendo, em outros tempos, também bastante utilizado como campo de futebol, na altura das malhas. Do outro lado da Estrada para Albergaria, situa-se o novo Parque Desportivo e o recinto das festas, composta por um parque de estacionamento, onde se situou a anterior sala da ordenha, Ringue de Futebol de 5, Balneários e Campo de Futebol de 11, restando o espaço principal e o dito vale do caminho do Cabecito, completamente vedados, pois são alugados anualmente, advindo deste aluguer uma receita para a Junta de Freguesia, entidade a quem pertencem todos estes terrenos.
As terras do Vale são de uma qualidade especial pois, mal caem as primeiras chuvas de Outono, de imediato, irrompem as suas abundantes ervas, sendo a primeira terra a rebentar, na nossa Aldeia, conferindo-lhe uma paisagem, que vale a pena contemplar. É frequente descortinar, quem por aqui passa, parar a viatura e sair um pouco, admirando este espaço verdejante, que se lhes depara, então no Inverno, totalmente coberto de um manto de neve, mais atractivo se torna.
Para além do Futebol e outros desportos, mais as tradicionais brincadeiras de épocas recentes, que lá tiveram lugar, serviu para as pastagens de várias espécies de animais, chegando para todos, pois a fartura de erva era abastada, como acima descrevemos, e ainda, para as malhas de trigo, centeio e outras utilidades, que em tempos mais remotos, as pessoas utilizavam a seu bel prazer, consoante as necessidades.
Apesar de não agradar muito à malta nova, na época, pois durante algum tempo, as malhas «roubavam-nos» o melhor espaço para o jogo da bola, devemos confessar, que todo este movimento diário proporcionava um espectáculo digno de ser apreciado, superlotando o Vale, com uma infinidade de grandes Mêdas de centeio e trigo, então com a chegada das máquinas de malhar, que faziam a delicia da canalha miúda, a azáfama começava bem cedo, todos os dias, durante um ou dois meses, num trabalho que dava os resultados das colheitas do ano neste capitulo, com o encher dos sacos de grão e mais as «faxas» de palha atadas com «nagalhos» de palha, feitos, previamente, para esta grande operação, sendo guardadas nos palheiros, com toda a utilidade que se conhece, seja para alimentação dos animais durante o Inverno rigoroso, que todos os anos acontece, seja também para a cama dos ditos cujos, nas suas cortes.
Na década de 50 destacam-se ainda, as aterragens e descolagens de pequenas avionetas, qual campo de aviação improvisado, de que o saudoso piloto-aviador Raul Fernandes, o célebre Raul da casaca azul, se serviu várias vezes, nas diversas visitas a Aldeia da Ponte, provocando um alvoroço danado na pacatez da nossa Aldeia, de cada vez que lá aterrava ou descolava. Voltaremos a este assunto.
«Ecos da Aldeia» de Esteves Carreirinha
estevescarreirinha@gmail.com