Um estudo da consultora Deloitte encomendado pela Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (Apetro) concluiu que a carga fiscal sobre os combustíveis e o IVA em Portugal em relação a Espanha gera perda de receitas fiscais para o estado português. Os portugueses que vivem até 60 quilómetros da fronteira poupam, só em combustíveis, 271 euros por ano.
As conclusões do estudo feito pela Deloitte, uma da mais reconhecidas empresas mundiais de consultoria financeira, para a a Apetro não podia ser mais arrasador para as opções do Governo português.
Os dados agora divulgados pelos responsáveis da associação são esclarecedores: as famílias portuguesas pagaram, em 2006, mais 271 euros em combustível do que os vizinhos espanhóis com referência a diferenças de 28 cêntimos na gasolina, 11 cêntimos no gasóleo e 11,46 euros na garrafa de 13 quilos de gás doméstico (butano). A carga fiscal representa em Portugal 62 por cento do preço da gasolina (54 em Espanha) e 52 por cento no gasóleo (47 em Espanha).
Mais grave ainda são as consequências directas do fenómeno denominado Fuel Turism, ou seja, por arrasto os portugueses enchem o depósitos e aproveitam para adquirir outros bens e serviços do outro lado da fronteira gerando um desvio entre 139 e 155 milhões de euros anuais.
Quanto maior for a diferença mais apelativo se torna para os portugueses (do Minho ao Algarve) que vivem junto à fronteira deslocarem-se a Espanha para atestar o depósito e maior será a perda fiscal para o Estado português. Os indicadores apontam para uma diminuição de impostos de 147 milhões de euros e de 73 milhões de euros para as petrolíferas e revendedores.
Recorde-se que além das diferenças no imposto petrolífero o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) tem uma taxa de 16 por cento em Espanha e mais cinco pontos percentuais (21) em Portugal.
jcl