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01 Dezembro 2007

O paraíso às portas do Sabugal

Por José Robalo
José Robalo
Páginas Interiores, Ruvina, Sabugal josé robalo, quinta do alexandre Deixar Comentário

Elisabete era uma mulher saciada da vida cosmopolita da cidade e da civilização. Tal como o Jacinto da «Cidade e as Serras» regressou às origens. Reabilitou a memória do pai transformando-a numa unidade de turismo rural acolhedora, às portas do Sabugal, junto à estrada nacional na direcção de Vilar Formoso.

Quinta do Alexandre - turismo rural no Sabugal
Quinta do Alexandre – turismo rural no Sabugal

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«Muito tempo um melro nos seguiu, de azinheiro a olmo, assobiando os nossos louvores. Obrigado, irmão melro! Ramos de macieira, obrigado! Aqui vimos, aqui vimos! E sempre contigo fiquemos, serra tão acolhedora, serra de fartura e de paz, serra bendita entre as serras! Assim, vagarosamente e maravilhados. O ar fino e puro entrava na alma, e na alma espalhava alegria.»
A Cidade e as Serras, Eça de Queiroz

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Este extracto da obra «A Cidade e as Serras», de Eça de Queiroz, retrata fielmente o sentimento de Elisabete Pereira Lopes, natural de Rendo, hoje proprietária e responsável da Quinta do Alexandre, uma unidade de turismo rural.

No cinema trabalhou com Fonseca e Costa, Luís Filipe Rocha, Artur Semedo e uma panóplia de realizadores franceses da nouvelle vague, nomeadamente no «La Reine Margot», com Isabelle Adjani, no principal papel. Foi maquilhadora no filme a «Casa dos Espíritos», onde contactou com Meryl Streep, Jeremy Irons, Winona Ryder e Antonio Banderas.

Por motivos profissionais lidou de perto com a classe política portuguesa da direita à esquerda, mas com a humildade que lhe é característica e algum pudor pede para «não se falar disso» sendo certo que correu o mundo, como fielmente retratam os objectos que com bom gosto povoam a casa de turismo rural que fomos conhecer. Com alguma emoção sempre nos vai mostrando uma fotografia, ao lado do Presidente Xanana Gusmão.

Entra-se na quinta por uma avenida de árvores, acompanhados pelos chilrear permanente da passarada, que acompanha o viajante. A Quinta do Alexandre já foi celeiro e pomar, nos meados do século passado, mas hoje é uma unidade hospitaleira de turismo rural com alvará, gerida de forma superior pela sensibilidade desta mulher, que nos confidencia: «Já vi tudo, já corri o mundo. Decidi-me pelo projecto de recuperação desta Quinta que foi de meus pais, por se encontrar abandonada e por este ser um espaço a que tenho fortes ligações afectivas. Acresceu a grande vontade de abandonar a cidade e vir para o campo em contacto com a natureza.»

Esta mulher saciada da vida cosmopolita da cidade e da civilização, regressou às origens, tal como o Jacinto da «Cidade e as Serras». A ideia firme de reabilitar este lugar, transformando-o numa unidade de turismo rural acolhedora, às portas do Sabugal, junto à estrada nacional na direcção de Vilar Formoso, tornou-se realidade.
Quinta do Alexandre

Nas palavras alguma amargura: «Foi um calvário, um parto muito difícil, aos poucos, aos poucos, vou andando, é muito difícil! Conseguir o alvará para turismo rural, foi uma batalha… Investi aqui todas as minhas economias, sem ajuda de ninguém…»

Como não podia deixar de ser, os quartos todos têm nome e retratam o encanto exterior, com uma identidade própria. Por cerca de 50 euros podemos escolher para pernoitar entre A Bela-Luz, a Alfazema, a Violeta ou o Amor-Perfeito. Com juízo anedótico, relata-nos as dificuldades que teve em convencer o empreiteiro a colocar vidros normais nas janelas das casas de banho, para assim se desfrutar da paisagem. À natureza nada se esconde…

Tendo aberto ao público em Junho, mereceu honras de primeira página numa edição do jornal «Metro». Tem existido procura e já há ocupação esgotada para o Natal. «Trata-se de um grupo de jovens que esteve aqui na Festa da Cerveja, que gostou e regressou agora com mais tempo.»

Quer no interior onde a decoração é conseguida com muito bom gosto, quer no exterior, respira-se tranquilidade, acolhimento e conforto.

No quintal adjacente à casa, em canteiros pedagógicos, a Elisabete cultiva plantas aromáticas, tais como salsa, hortelã, coentros, rosmaninho, alfazema, tomilho e jasmim. As flores, de todas as cores, são transportadas desde o jardim para decoração do interior. Os aromas e sabores de compotas artesanais, despertam todos os sentidos. Nesta casa, o hóspede dispõe de total liberdade para usufruir dos espaços, tendo ainda à sua disposição um frigorífico recheado.

A quinta tem 16 hectares, toda ela arborizada, podendo ser utilizada para passeios pedestres em contacto absoluto com a natureza. No exterior um parque infantil faz as delícias da pequenada. A casa tem ainda belas vistas sobre a cidade do Sabugal e cabeço de São Cornélio.

Na despedida, esta mulher encantadora, sempre nos vai dizendo «mudei de vida, abracei este projecto».

Tal como Jacinto, protagonista da «Cidade e as Serras», esta mulher, no contacto estreito com a natureza, renova-se primeiro liricamente, numa atitude de encantamento, integrando-se depois na vida produtiva do campo. O viajante embrenhado nos seus pensamentos, acredita que usufruir deste espaço, muda a nossa vida.

No outro lado da linha encontrará o paraíso da Elisabete Pereira, nos seguintes contactos:

Telemóvel: 962 338 406.
Email: geral@quintadoalexandre.com
Página na Internet: www.quintadoalexandre.com
Blogue na Internet: http://quintadoalexandre.blogspot.com/

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José Robalo
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