A perspectiva de encerramento dos postos da GNR em Miuzela do Côa (Almeida) e Vila Franca das Naves (Trancoso) levou os autarcas a reagirem com criticas veementes a essa ideia, alegando que essas medidas provocarão insegurança.
Segundo a edição de ontem do jornal Diário das Beiras, de Coimbra, o facto do posto de Vila Franca das Naves ter sido inaugurado há poucos anos levou Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso, a considerar a ideia da sua desactivação incompreensível e completamente inaceitável. Tal decisão, a existir, prejudicará a segurança das populações, pois trata-se de uma grande localidade, com considerável vida económica e com perspectivas de desenvolvimento, onde tem que se garantir o bem-estar e a tranquilidade da população. O autarca afirma que Vila Franca das Naves é atravessada pela linha-férrea internacional da Beira Alta, «com o natural trânsito de pessoas e mercadorias, algumas delas perigosas. É também um centro urbano que serve o sul do concelho de Trancoso, onde existem a Escola EB 2.3, piscinas, balcões de instituições bancárias, unidades hoteleiras e de restauração, recintos desportivos, seguros, comércio e indústria, corporação de bombeiros voluntários, correios, instituições de solidariedade social, entre outros serviços».
Júlio Sarmento realça ainda que «a região tem-se caracterizado, infelizmente, pelo envelhecimento da população e o isolamento de muitos idosos que é já por si motivo de preocupação, o que implica naturalmente um esforço maior em termos de segurança e vigilância policial», rejeitando por completo o cenário de fecho do posto da GNR em Vila Franca das Naves.
Em Almeida, coube ao vice-presidente da câmara municipal, José Alberto Morgado, reagir, mostrando igual descontentamento pelo «escandaloso e inaceitável» projecto de fecho do comando do Destacamento Territorial de Vilar Formoso, local onde está a principal e mais movimentada fronteira terrestre portuguesa e «onde ocorrem problemas relacionados com a imigração ilegal, prostituição, droga e delinquência».
Igualmente estranha a ideia do encerramento do posto de Miuzela do Côa, por se situar «numa zona interior que dista 35 a 40 quilómetros da sede de concelho e do posto de Vilar Formoso, além de fazer parte da vida das pessoas que sempre ali viram a GNR como uma instituição activa e garante da segurança».
De acordo com um projecto preparado pelo Comando Geral da GNR poderão encerrar portas os postos territoriais de Paranhos da Beira (Seia), Vila Nova de Tazém (Gouveia), Soito (Sabugal), Pínzio e Freixedas (Pinhel), Vila Franca das Naves (Trancoso), Miuzela do Côa (Almeida) e Freixo de Numão (Vila Nova de Foz Côa), todos no Distrito da Guarda.
plb
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