O «Dia de Todos os Santos» é, como todos sabemos, um dia de homenagearmos os nossos entes queridos, bem como todos os amigos que nos «deixaram».
Este último ano, foram vários os que partiram, de quem guardamos gratas recordações, entre familiares e amigos, todos ficámos um pouco mais pobres, mas a vida é assim mesmo, quando a hora chega e, chega para todos, nada a fazer, a não ser a imensa tristeza, de ficarmos privados fisicamente de mais uns poucos, a quem a hora chegou.
A visita ao Cemitério é mais que uma justa homenagem, a quem tanto nos deu e, muitas vezes, com o remorso de não os termos tratado e amado como eles mereciam enquanto viveram. As flores e as campas todas arranjadas são sinal da nossa lembrança, nestes momentos bem merecidos. Mas não é só nos Santos, que muitos visitam os seus, outras alturas há, e são muitas, que se revisita o Cemitério.
Como é habitual, a nossa Aldeia regista uma grande afluência de conterrâneos, que não dispensam esta data simbólica.
Na Igreja Católica, a comemoração dos Santos inicia-se no século X, sendo idealizada pelo abade Odilon da Abadia de Cluny, na Borgonha, em França, por altura do ano de 898.
O historiador Raoul Glaber conta como o Abade Odilon se inspirou num mercador de Marselha, que encontrou um eremita no Norte de África, elogiando o Mosteiro de Cluny pelo número de almas, que libertava das garras do Demónio.
Odilon teve, então, a ideia de celebrar uma missa anual por intenção de todos os Fiéis Defuntos. Esta ideia seria, assim, o corolário normal da oração dos monges, pela salvação das almas.
O Papa Pio X chamou ao dia dos mortos, a grande festa das almas, permitindo a cada sacerdote, a celebração de três missas nesse dia.
A comemoração dos fiéis defuntos vem, assim, na sequência lógica do Dia de Todos os Santos, tratando-se de um acto de solidariedade com todos os que já partiram. A festa religiosa representa a Celebração da missa por todos os fiéis defuntos, seguindo-se a procissão pelos Cemitérios, onde se reza aos Santos, pela salvação de todas as Almas.
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«Ecos da Aldeia», crónica de Esteves Carreirinha
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