Está a concurso a empreitada de construção da central hidroeléctrica do Sabugal projectada, desde 2002, para ser integrada no Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira.
«Irreversível, venha quem vier», foi a certeza dada em Fevereiro de 2002 no Fundão pelo então ministro da Agricultura Capoulas Santos. O governante referia-se à conclusão do projecto do Regadio da Cova da Beira que incluia a construção do Circuito Hidráulico entre a barragem do Sabugal e a da Meimoa, no valor de 13 milhões de euros.
Na ocasião, João Afonso, vice-presidente do Instituto Hidráulico de Engenharia Rural e Ambiente declarou ser «um passo decisivo para se fechar o circuito hidroagrícola com o armazenamento de água nas barragens do Sabugal e Meimoa para ser, depois, distribuída na Cova da Beira. A barragem do Sabugal abastece de água o próprio concelho e ainda os de Almeida e Pinhel». O técnico acrescentou ainda que «a barragem da Meimoa não chegava e desta forma serão transferidos oito mil litros por segundo mas sem bombagens e sem gastos de energia em virtude do desnível do terreno. No futuro uma central hidroeléctrica aproveitará a energia produzida pela transferência do caudal».
E chegou o momento prometido.
A Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural abriu um concurso público internacional destinado à empreitada de construção da central hidroeléctrica do Sabugal que, curiosamente, vai ser construída no concelho de Penamacor.
O caderno de encargos prevê uma potência máxima limitada a 6 MVA com a turbina dimensionada para um caudal nominal de quatro metros cúbicos por segundo. As propostas podem ser entregues até 12 de Novembro com uma base de licitação de 4,5 milhões de euros.
Este aproveitamento hidroagrícola, executado em duas fases, iniciou a sua construção em 1977 e situa-se nos concelhos do Sabugal, Penamacor, Belmonte, Covilhã e Fundão beneficiando uma área total de 14400 hectares.
A água para abastecimento das populações, para rega, fins industriais e produção de energia eléctrica provém das albufeiras das barragens do Sabugal, Meimoa e Capinha.
A água é, no século XXI, um dos mais preciosos recursos naturais. O Sabugal parece ter, como diz o povo, água para dar e vender. Desejamos todos que as contrapartidas desse fornecimento às autarquias vizinhas sejam claras e o concelho beneficie inequivocamente deste acordo.
jcl
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