Foi inaugurado em Almeida no sábado, 25 de Agosto, um Centro de Estudos de Arquitectura Militar para apoio a turistas, investigadores e historiadores. A vila amuralhada comemorou durante o fim-de-semana o cerco da vila ocorrido em 1810 durante as invasões francesas.
O Centro de Estudos de Arquitectura Militar situado nas portas exteriores de Santo António, na praça-forte de Almeida, foi inaugurado no sábado, 25 de Agosto.
Destina-se à investigação e estudo do passado da vila histórica englobado num programa comemorativo do cerco de Almeida, ocorrido durante as invasões francesas em 1810 e que terminou com a explosão do castelo.
O cerco foi um dos momentos mais marcantes de Almeida que passou a fazer parte do território português pelo Tratado de Alcanizes, em 1297, no reinado de D. Dinis.
Em declarações à Agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Almeida, António Baptista Ribeiro, informou que «o projecto da Câmara Municipal, composto por um auditório e uma sala destinada à investigação histórica representa um investimento de 250 mil euros e será um ponto de referência para o estudo da arquitectura militar abaluartada. Historiadores e guias turísticos irão receber os visitantes no auditório e dar uma aula sobre a verdadeira história de Almeida. Na outra sala poderá ser feita pesquisa científica sobre história de arte, arquitectura e engenharia militar».
A rentabilização do espaço será feita através da celebração de protocolos com instituições de ensino superior (Universidades de Salamanca, da Beira Interior na Covilhã e com o Instituto Politécnico da Guarda) permitindo-lhes ter em Almeida um local dedicado ao estudo da arquitectura militar.
Durante as terceiras invasões francesas as tropas gaulesas chegaram à fronteira portuguesa a 25 de Junho de 1810. O primeiro confronto com as forças de Lord Wellington e Massena (ao serviço de Napoleão Bonaparte) ocorreu a 24 de Julho, na ponte do Côa, nas proximidades de Almeida tendo a cidade sido cercada durante três dias.
A capitulação da guarnição da praça-forte de Almeida deu-se às 9 horas do dia 28 de Agosto. Duas bombas que tinham caído, em cheio, dois dias antes, no paiol no interior do castelo provocando a destruição e o pânico e causando um grande número de mortos e feridos entre civis e militares.
A praça-forte de Almeida foi recuperada pelas tropas inglesas de Wellington em 1811.
Mais uma vez recordamos que a Batalha do Sabugal ou Batalha do Gravato opôs as tropas francesas contra o exército luso-inglês ocorreu a 3 de Abril de 1811 no sítio do Gravato, a cerca de dois quilómetros a sul do Sabugal, num alto sobranceiro ao rio Côa. A passagem dos 200 anos das Invasões Francesas devia merecer no Sabugal, tal como está já a acontecer em Almeida, uma atenção especial por parte dos responsáveis autárquicos.
jcl
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