Francisco Gonçalves é o mais conhecido e reconhecido artesão do concelho do Sabugal, cuja arte passa por produzir bares para sala a partir de troncos de castanheiro envelhecidos. É o grande embaixador das nossas terras nas principais feiras de artesanato do país.
Natural da Lomba, concelho do Sabugal, onde reside e trabalha na sua arte, Francisco Gonçalves é um homem afável e empenhado defensor do valor dos artesãos do seu concelho. Capeia Arraiana encontrou-o na Feira Internacional de Artesanato, que decorre em Lisboa, e esteve á conversa com este homem de 67 anos, de longa experiência na participação neste tipo de certames.
Em cada ano participa em cerca de 20 feiras de artesanato, correndo o país de Norte a Sul, e já recebeu dezenas de troféus premiando a sua criatividade. Produz bares a partir de velhos troncos de castanheiro, dizendo que encontrou nesta arte uma forma de perpetuar estas árvores centenárias que abundavam nas terras sabugalenses mas que agora já escasseiam. Para além dos conhecidos bares, apresenta mesas, escaparates, miniaturas, tudo em madeira, aproveitando e enaltecendo as formas que a Natureza dá aos pedaços que utiliza: «cada peça é única, pois não é possível voltar a fazer outra igual.»
«Já vi muito e não tenho dúvidas em afirmar que o Sabugal tem os melhores artesãos do país», diz com convicção. Mas revela andar preocupado com o rumo que as coisas têm tido: «o caso é que está tudo abandonado, por falta de colaboração e de apoios». Às vezes é criticado por falar de mais, mas não se pode calar perante a inércia da Câmara nesta matéria. «Chegaram a fazer um protocolo com a Associação dos Artesãos mas mandaram tudo às urtigas. Agora entregaram o artesanato à ADES e é verdade que os apoios voltaram, mas tenho dúvidas que isto se mantenha».
Francisco Gonçalves não se cansa de lutar em defesa da valorização dos nossos artesãos, que poderão ter um papel fulcral no desenvolvimento das nossas terras. «O artesanato, a par do turismo, é a maior potencialidade do Sabugal, mas tem de haver uma cabeça esperta que ponha ordem nisto», remata peremptório
plb
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