O Sabugal e os restantes concelhos da Beira Interior têm pela frente duas batalhas: declarar guerra a Castilla y León ou exigir a imediata regionalização das Beiras Raianas. Pelo nosso concelho assistimos ao esforço conjunto do executivo camarário, da ADES e da Mesa das Juntas em prol das suas populações.
Por um lado temos o Presidente da República a promover roteiros contra a exclusão social e pelo outro os ministros que no cadeirão dourado do Terreiro do Paço, em Lisboa, decidem contra tudo e contra todos pelos fechos de maternidades, hospitais, tribunais, e outros ais aumentando o isolamento e a exclusão de honestos portugueses que envelheceram a trabalhar.
Há dias numa roda de amigos raianos a conversa derivou inevitavelmente sobre a cada vez maior distância entre Portugal e a Espanha. As propostas foram mais que muitas.
«A nossa República é ilegal. Foi implantada em consequência do assassinato do Rei e nunca ninguém nos perguntou se queriamos a República. O segredo dos espanhóis está no Rei Juan Carlos» acusava um monárquico militante. «Isto só tem uma solução» garantia um outro apresentando a receita: «Temos que declarar guerra à Espanha. Mas temos que fazer por perder senão os espanhóis estão desgraçados…» mas foi logo interrompido por um terceiro: «Mudamos os marcos e incluimos o concelho do Sabugal em Espanha» rematou.
«E aquela da Escola Viva. Em Portugal incentivam-se os projectos escolares para energias limpas. A burocracia é imensa e depois com um pouco de sorte atribuem metade do valor orçamentado. O Governo espanhol tem vindo a promover e a aceitar os mesmos projectos vindos do lado português. Junto à fronteira os cursos de espanhol têm cada vez mais alunos pois são vistos como uma janela para um emprego em empresas espanholas.» esclarece um professor resignado. «E as bombas? E as bombas? A GALP fecha deste lado e abre alguns quilómetros à frente do lado de lá. E o IVA?» inflama o primeiro. Risota amarela geral.
E a Regionalização? Perguntamos nós. Temos que voltar a colocar a discussão da Regionalização na agenda política. É a solução. O Sabugal tem aproximadamente a área geográfica da Madeira mas como são diferentes os respectivos orçamentos. Porquê?
O Expresso num trabalho notável sobre os 15 erros capitais da economia portuguesa diz, preto no branco: «o peso das gravuras de Foz Côa» que o tempo mostrou ser uma ilusão e que inviabilizou a construção de uma barragem hidroeléctrica.
Portugal tem (tinha) tudo para ser feliz. Um clima fabuloso (à distância de 400 quilómetros é possível ter neve e sol), uma costa oceânica de fazer inveja a muitos países europeus, Lisboa servida por um rio (O Manzanares em Madrid parece, por comparação, um ribeiro), passamos ao lado dos grandes conflitos internacionais e de hipotéticas guerras civis. Notícias de atentados terroristas só aquelas que nos chegam de fora e um povo que na emigração é rotulado de trabalhador e eficiente…
As relações transfronteiriças são cada vez mais importantes e temos que saber aprender com empresas de sucesso espanholas.
O desenvolvimento da nossa região passa, cada vez mais, pelas parcerias e uniões que fizermos com o lado de lá.
Assinale-se o esforço que a ADES e a Mesa das Juntas de Freguesia do concelho do Sabugal em conjunto com a autarquia têm desenvolvido em prol do desenvolvimento e bem-estar de todos os sabugalenses.
Nota final: O jornal «Público» foi condenado pelo Supremo Tribunal por ter divulgado uma notícia verdadeira sobre o Sporting. Mais um «Portugal no seu melhor».
:: ::
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages
(Fundador e Director do Capeia Arraiana desde 6 de Dezembro de 2006)
:: ::
Dada a temática abordada, tomei a liberdade de publicar este seu “post”, com o respectivo link, no
.
Regionalização
.
Cumprimentos