A jovem Carla Sofia é natural do Soito. Filha de empresários, possui também o bichinho do negócio, o que a levou a apostar na instalação de uma loja de grande prestígio na Baixa de Lisboa, a zona mais nobre da cidade. Xocoa é a marca do esplêndido chocolate que expõe e vende, sendo muitos os transeuntes que entram e compram e muitos também os que ali vão de propósito para adquirirem um produto de alta qualidade. Capeia Arraiana também foi à Xocoa, onde esteve à conversa com a jovem empresária soitense.

– Xocoa dá-nos a ideia de que aproveitou o nome do nosso rio Côa para designar a sua loja…
– Pois isso é apenas uma feliz coincidência. Xocoa é uma marca catalã de chocolate artesanal, cuja casa mãe existe em Barcelona desde 1897. A empresa expandiu-se e detém actualmente 16 lojas em toda a Espanha, sendo esta a sua primeira filial fora do país.
– Então isto é um franchising, na medida em que comercializa uma marca em respeito absoluto pelas regras da empresa mãe?
– Sim, mas eu chamo-lhe «franchising amigável», porque a empresa mãe apenas cede o negócio a conhecidos em que tenha confiança, com uma grande preocupação com a qualidade mas sem procurar a expansão do negócio a todo o custo.
– Como chegou aqui à Baixa de Lisboa com este negócio? Fale-nos do seu percurso pessoal e profissional.
Estudei na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, onde me licenciei em Engenharia Têxtil. A minha mãe era sócia da empresa Dache, no Sabugal, e com a sua morte, há três anos, eu e meu irmão herdámos as suas quotas na empresa. Eu pensei até em me fixar no concelho do Sabugal, mas a empresa entrou em dificuldades e fechou, pelo que decidi procurar outro negócio para investir. Então um amigo que tenho em Barcelona deu-me a ideia de instalar em Lisboa uma loja de chocolate da Xocoa e eu avancei.
– E foi difícil obter financiamento e arranjar este local?
Tive a ajuda do meu pai, que financiou o negócio e me ajudou a procurar um local central. Decidimos logo que seria aqui na Baixa de Lisboa, para potenciar o negócio, e conseguimos alugar este espaço, onde tivemos que fazer obras, transformando-o numa loja condigna.
– E está satisfeita com o rumo do negócio?
Não me posso queixar. A casa está aberta há sete meses, e as coisas correm muito bem. Temos clientes a entrar na loja durante todo o dia e, em média, vendemos chocolate a sessenta pessoas por dia, muitas delas comprando até em boa quantidade.
– Como é que as pessoas reagem perante uma montra tão sugestiva, cheia de chocolate de formato original e com uma marca ainda relativamente pouco conhecida?
O aspecto da loja é o primeiro impacto no transeunte que passa e olha aqui para dentro. Depois o produto também é apelativo e quando entram e provam o chocolate então rendem-se completamente, porque o produto é muito bom e de alta qualidade.
– E é também caro, não acha?
Eu diria antes que não é barato, porque existe uma relação equilibrada entre o preço e a qualidade. A prova é que em sete meses que aqui estamos e em que já atendemos milhares de pessoas, nunca tivemos uma única reclamação. Isto é revelador.
– Mantém a esperança de um dia investir no concelho do Sabugal?
Tenho esse desejo a talvez um dia isso seja possível. Não com uma loja destas, pois a casa mãe da Xocoa considera que o negócio apenas é viável em zonas urbanas com mais de 100 mil habitantes, mas há outros negócios interessantes que ali se podem instalar.
– Vai regularmente ao Soito?
Sim, vou lá sempre que posso, até porque vive lá o meu pai e tenho lá uma boa parte dos meus amigos.

Provámos o chocolate da Xocoa, com toque a gourmet, e podemos assegurar que é magnífico, uma verdadeira gulodice que nos deixa uma sensação de bom gosto. Não deixe de visitar a Xocoa, na Rua do Crucifixo, nº 112, junto á entrada da estação de metro do Chiado.
plb