Na passada terça-feira, 8 de Outubro, o Paulo Leitão publicou um artigo de opinião, «A verdade sobre a barragem do Sabugal», onde faz a reconstituição da realidade histórica da barragem do Sabugal. O Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, entendeu responder analisando em concordância o artigo de opinião e acrescentando o que diz ser o seu entendimento enquanto responsável máxima pela política e governação da autarquia. Assim, e como diz o Paulo Leitão «fala-se muito na barragem do Sabugal, devido à seca e à continuação dos transvases para o regadio da Cova da Beira mas quanto a quem tornou a albufeira numa realidade e qual a sua real importância para o concelho do Sabugal, há muito a esclarecer».
«Caro Dr. Paulo Leitão
Manifesto-me completamente de acordo consigo. Finalmente alguém reconhece as virtudes do projeto. A construção da barragem do Sabugal foi o maior projeto público implementado no concelho do Sabugal. Tendo eu reservas relativamente às soluções de transvase, pelos “transtornos ambientais” causados, verdade é que este empreendimento criou enormes espectativas de desenvolvimento.
A Barragem regulou a jusante, com o caudal ecológico o rio Côa ( nunca mais tivemos rio vazio, como acontecia frequentemente no final do século passado); este facto permitiu o surgimento de zonas de lazer; foi possível desenvolver o projeto do abastecimento integrado de água e a construção de estações de tratamento de águas residuais ( muitos milhões de euros investidos no concelho); nasceu o bloco de rega do Sabugal.
As espectativas criadas foram ampliadas com a aprovação e publicação do Plano de Ordenamento da Albufeira do Sabugal (POAS), e reforçadas com a alteração em 2015: a permissão da pulverização de centros de atividades na envolvente à barragem: centro náutico, zonas de recreio e lazer, aldeamento, hotel, restaurante, zona de lazer de Malcata, cais de pesca fizeram prever um futuro risonho!
A gestão do regadio da Cova da Beira é caótica. O uso abusivo da água e o descontrolo é provocador para os Sabugalenses, que não entendem tamanha injustiça, em momentos de seca extrema. Mas este é apenas um final de linha. Diria que “a ocasião faz o ladrão” e perante tamanha fartura “há que gastar, sob pena de se acabar!”
O problema está na exploração do recurso e da “purga” preconizada, meus senhores! A cota mínima de exploração é de 774m e pasme-se, no dia 2 de outubro, a barragem foi monitorizada a 775,3m, portanto tecnicamente “ainda com folga”. Este é o problema! Este tem sido o trabalho mais difícil, o de conseguir elevar o plano de água, para que seja possível a implementação dos projetos aconchegados pelo POAS. Eis o problema, na base de todos os outros, eis a bandeira! O Município debate-se há dois anos com um projeto integrado de infraestruturas públicas de recreio e lazer e não o pode implementar pelo enorme gradiente de cotas de pleno armazenamento e mínimo de exploração. Os ancoradouros previstos no projeto teriam que ser extensos e com um elevado grau de adaptabilidade aos desníveis. É urgente resolver este problema condicionante. Este resolvido, resolvem-se os outros. As entidades da tutela têm a obrigação de resolver.
Fala-se do abastecimento de água à aldeia de Malcata: problema técnico, de oportunidade, que cabe ao Sistema Multimunicipal de Águas do Vale do Tejo e à Câmara Municipal resolver.
Este e outros particularmente notados, no mês de agosto em algumas freguesias da Raia, resultante do dimensionamento do sistema e das necessidades de consumo.
Outros usos da água, para a pecuária, floresta e o alargamento dos blocos de rega, ou surgimento de outros, o uso dos recursos tecnológicos, que, entretanto, o desenvolvimento e eficiência de novos sistemas permitem, serão sempre resultado do esforço conjugado de associações de produtores, autarquias, empresários do sector.
Meu caro, eis uma verdade complementar, a juntar aquela que expressa no texto base e que pela concordância que me assiste, ouso comentar.
Abraço
António Robalo»
jcl
Quando falo de responsabilidade da Câmara e da Empresa Águas do Vale do Tejo, estou a referir-me ao abastecimento de água à aldeia de Malcata! ….e tão só! abraço!
Muito bem Sr. Presidente, contudo, será que ninguém vê o problema do Rio a montante da albufeira, lembrem-se de Fóios, Vale de Espinho, Quadrazais e Malcata e não se esqueçam, que a água que alimenta a barragem corre nas nossas freguesias.
Não conseguimos, nem queremos, mudar o que sempre foi…o curso do Rio…mas, se tiver de ser!!!
Estas quatro freguesias unidas têm muita força, repito, UNIDAS!!!!
Sr. Presidente, não é um problema só da Empresa Águas do vale do Tejo e da Câmara do Sabugal, é também da Câmara de Almeida e da Guarda. Havendo falta de água esses Concelhos também serão afetados. Unam-se todos e resolvam em conjunto, de certeza que terá muito mais impacto e resultado… Não é por a Barragem estar localizada no concelho do Sabugal que o problema é so desse Concelho….
Sr. Presidente se bem quer defender o Sabugal deverá ler previamente o “Contrato de Concessão da Utilização do Domínio Hídrico respeitante ao Aproveitamento Hidroelétrico do Sabugal” A realidade é que para bem representar é necessário, bem preparar, ler os contratos, estudar, trabalhar a argumentação!…