O que se passa com a barragem do Sabugal é um crime e tem responsáveis!…
Já antes me havia referido a este tema, mas penso ser a altura de a ele voltar.
Ausente do Sabugal há largos meses tenho acompanhado à distância esta questão, nomeadamente, pelas posições desassombradas, por vezes exageradas, mas sempre norteadas pela defesa dos interesses do Concelho, do meu amigo José Escada, a quem deixo um abraço de solidariedade, grato pelas posições que vem tomando.
Penso chegada a hora de chamar à responsabilidade aqueles que, por incúria ou por outras razões menos claras, vêm assobiando para o lado, como se nada tivessem a ver com o que se está a a passar.
E falo, em primeiro lugar, dos Ministros da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e do Ambiente e da Transição Energética e dos seus Secretários de Estado e Diretores Regionais. Será que estes senhores nada vêem, nada ouvem, nada lêem sobre o que se está a passar? Ou vêem, ouvem e lêem, e ignoram?
Mas há mais responsáveis, a começar pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, gestor da Reserva Natural da Serra da Malcata. O esvaziamento da albufeira em plena Reserva Natural não tem qualquer impacto sobre a Serra da Malcata?
Falo ainda das Águas de Lisboa e Vale do Tejo. Será que a qualidade da água recolhida na albufeira para abastecimento às populações do Concelho do Sabugal se mantem? Será que a diminuição das reservas de água não está a colocar em causa o normal abastecimento de água?
E claro, falo do Município do Sabugal que até pode estar a desenvolver contactos institucionais com as entidades devidas de que eu não saiba. Mas, desconfio que não sei eu e não sabem os sabugalenses.
É urgente e imperioso que o Município tenha uma intervenção mais musculada junto das entidades que podem e devem intervir e que, sobretudo, tenha uma prática de envolvimento das populações afetadas.
E, por último, mas não menos importante, falo do papel da Associação dos Beneficiários da Cova da Beira.
Manter cheia a barragem da Meimoa, continuar os transvases de água a partir do Sabugal para fins que, desconfio, não são apenas os da rega, continuar a disponibilizar água aos beneficiários como se não estivéssemos numa situação de seca extrema, pode salvar as culturas deste ano, mas, se o próximo Inverno for seco, está a hipotecar o futuro próximo da agricultura da Cova da Beira.
Navegar à vista sem atender aos sinais do tempo traz sempre consequências nefastas, e se ninguém naquela Associação percebe isto, é a altura de uma intervenção da administração central…
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«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Setembro de 2007)
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Rui:
Tens toda a razão Rui ! Do fundo do coração acredito em ti, sei que amas profundamente a tua terra, mas já não acredito noutros que vêm neste problema uma oportunidade política, para quê ? Não sei…
Perfeitamente de acordo com a opinião do Sr. Ramiro Matos. Não é a primeira vez que isto acontece – eu sou testemunha viva deste acontecimentos – e sensibilidade sobre o tema não tem faltado. Mas falta “uma intervenção musculada” para que os senhores e as instituições referidas nos oiçam e atendam as nossas reclamações e revindicações. “Aqui d’el Rei!” vamos gritando. Não chega gritar, é preciso agir. E para isso é preciso dar o corpo ao manifesto.
Como malcatanho, tenho de agradecer a todos os que, sem temor, estão na linha da frente, levando esta batalha a bom termo. OBRIGADO