Juan José de Áustria, conhecido em português por João de Áustria, era filho bastardo de Filipe IV de Espanha (Filipe III de Portugal), e foi por este encarregado de por termo à conjura que a fidalguia lusitana armou em 1640.
O pai designou-o oficialmente «Capitão Geral da Conquista do Reino de Portugal» e mandou-o para a Estremadura, província junto à fronteira, de onde invadiu Portugal com um grande exército, mas sofrendo uma pesada derrota na Batalha de Ameixial, em 8 de Junho de 1663.
Ora, antes dessa fatídica batalha, D. João de Áustria tomou e sujeitou ao seu comando alguns castelos no Alentejo, dentre eles os de Boim, Borba, Juromenha, Veiros, Monforte, Alter Pedroso, Assumar e Ouguela. Tomou também o Crato, mandando enforcar o governador que lhe resistira.
Motivado pelas vitórias, que eram sucessivas, e cheio de soberba, apresentou-se com as suas tropas diante de Alegrete, cujo castelo era governado por um francês, e intimou a vila a render-se.
A resposta foi mandar-lhe o governador dois frascos de vinho, acompanhados por um manuscrito que convidava o sitiante a provar a excelente pinga que se produzia naquela vila. Acrescentava a missiva que bebesse tranquilamente porque os defensores não se rendiam e estavam dispostos a defender a vila até ao último homem.
Ou porque o terrível D. João gostasse do vinho, ou porque se assustasse com a determinação do francês, o certo é que passou adiante, escapando Alegrete ao furor deste cabo de guerra castelhano.
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«Histórias de Almanaque», por Paulo Leitão Batista
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