Três mulheres diferentes mas, todas três, com algo em comum. Unia-as uma trilogia de arte. Buscaram um epíteto que as pudesse conectar e identificar. Adoptaram o nome «LunArte».
Os espetáculos têm produção e direção de Eva Peña, dançarina. Lúcia Gonzalo toca guitarra e canta. Mena Martins, única portuguesa, declama. O Adrián Pérez condimenta o show com os acordes dos seus teclados.
Com este elenco se deslocaram de Espanha, Zamora, a Portugal, Cheiras, pequena aldeia do concelho de Pinhel, a convite da Associação Terras de Santa Bárbara, sedeada nesta mesma localidade.
Era a primeira semana deste mês de agosto de dois mil e dezoito que se iniciou escaldante. Só a noite o temperava e o Largo das Alminhas oferecia-se, morno e nocturno para o espectáculo de verão.
Tocaram, cantaram, dançaram, encenaram, declamaram, emocionaram, encantaram…
A música, a dança e a poesia entrelaçaram-se. As cores e as luzes harmonizaram-se. Fundiram-se vozes, sons e movimentos. A música alternava com a poesia enquanto a dança eclodia. Poemas de Pessoa e de Eugénio de Andrade emparelharam os de Gloria Fuertes e León Felipe. O fado concertou com o flamengo e, ambos, aboliram fronteiras.
A entrega das artistas foi completa e perfeita. Uniram-se e revezaram-se desenhando rastos de emoção. Interagiram entre elas. Partilharam com o público. Fizeram da simplicidade um imenso argumento. Arrebataram uma plateia de gente entusiasta e apaixonada que respondeu em ardorosos aplausos.
Ofereceram talento, instigaram a assistência e receberam cumplicidade.
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«Terras do Jarmelo», crónica de Fernando Capelo
(Cronista no Capeia Arraiana desde Maio de 2011)
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