«Alexandria», o mais recente livro de Jorge Barreto Xavier foi apresentado no Grémio Literário, em Lisboa, perante muitos convidados e amigos do autor, incluindo uma embaixada de sabugalenses.
O salão nobre do Grémio Literário encheu-se de gente no dia 20 de Junho para presenciar as intervenções de Pilar del Rio, António Mega Ferreira, Pedro Mexia e do próprio Jorge Barreto Xavier, ex-secretário de Estado da Cultura. Este, realçou a presença dos amigos do Sabugal, terra por onde passou e estudou na juventude e que lhe ficou parra sempre no coração.
Pilar del Rio falou de um livro inteligente e bem humorado, que resultou numa magnífica colecção de afectos.
António Mega Ferreira salientou uma dúvida que sobrevém ao leitor de «Alexandria»: será uma obra de ficção? E defendeu que o livro é o exemplo de um género raro na nossa literatura: a ficção ensaística.
Pedro Mexia centrou-se na importância dos diálogos do livro, na «conversa», porque ali, como na vida, a voz e a palavra das pessoas interessam mais do que tudo o resto. Também realçou o facto de ser uma obra de «género aberto», algo entre a ficção e o ensaio, porque o real se funde com o fictício.
Jorge Barreto Xavier agradeceu as presenças e pouco falou do livro, onde faz de Jorge Luís Borges, escritor argentino, o protagonista. Mas sempre denunciou que o exercício da palavra é insuportável para muita gente, sendo, aliás, muitas vezes substituída por «gostos» ou por «likes», sobretudo na comunicação interactiva das redes sociais. Ora isso é perigoso, porque o uso da palavra é essencial para a vida. A escola, o jornalismo, a política, e o exercício da cidadania nas mais diversas latitudes têm que ajudar. Por outro lado, a ficção e o sonho também existem e isso deve estar presente no quotidiano das pessoas.
O livro «Alexandria»
O escritor argentino Jorge Luís Borges (1899-1986) é a personagem principal da obra de Jorge Barreto Xavier.
O livro compara o escritor argentino ao imperador Alexandre, o Grande, rei da Macedónia, enaltecendo as «semelhanças heróicas» de Jorge Luís Borges, pela escrita, e os feitos de Alexandre, pelas conquistas.
«Jorge Luís, qual antinomia do marcial Alexandre, vergou pacificamente o tempo e o espaço à sua passagem, as palavras, curvando as linhas de múltiplos universos. Dessa forma se construiu um império para lá do fio do horizonte», escreveu Jorge Barreto Xavier
«Alexandria» é afinal um livro que reúne histórias, pensamentos, diálogos e imensas trocas de argumentos entre o narrador e o «Borges».
plb
Leave a Reply