Uma nova doença querido(a) leitor(a)! E trazida pelas novas tecnologias. Que é o medo de ficar sem telemóvel.
Esta doença até é compreensível, digo eu, é raro ver já alguém que não esteja com o telemóvel colado ao ouvido, no trabalho, nos transportes públicos, no restaurante, na rua a caminhar, nos pátios das escolas as crianças ligadas já ao telemóvel, enfim, em todo o lado possível e imaginário, e a fazer coisas possíveis e imaginárias… Para não dar descanso à «máquina», fica toda a noite ligado na mesinha de cabeceira. As pessoas já se apaixonaram pelo telemóvel, já não conseguem viver sem ele, como tal, tornou-se um acessório imprescindível.
Nesta época histórica que a Humanidade atravessa, e a que uns chamam pós-moderna e outros tardo-capitalista, as relações entre as pessoas estão a deteriorar-se cada vez mais, a amizade, um valor humano, já cedeu lugar à inveja, ao desprezo, e é prejudicada pela falta de tempo dos amigos se juntarem como nas velhas «tertúlias», para não falar do comportamento de alguns que só se relacionam com alguém, se esse alguém lhes trouxer algum proveito. O que resta? O telemóvel, a televisão e o computador, assim, a solidão fica mais amenizada, contacta-se com quem se quer, relaciona-se com quem se quer, namora-se, dão-se opiniões, têm-se amigos em Paris e Londres, fala-se com eles quando nos apetece, mandam-se mensagens, tiram-se fotografias, mas a presença física não está, e nada se envolve em nada, nem com ninguém, e quando muitas vezes se envolve há grandes problemas… Tudo isto feito numa dependência da casa.
O abuso do telemóvel tira tempo de leitura, de trabalho e convivência, e muitas vezes nem há concentração para nada quando se espera uma mensagem, ou uma chamada, traz ansiedade.
Querido(a) leitor(a), não entre em Nomofobia, ponha de parte o telemóvel durante umas horas e passeie pelo campo, pela natureza, e à noite desligue-o, durma!
É hoje, um dever do Homem não permitir que a Civilização dos Negócios destrua a cultura, nem a tecnologia o ser humano. Isto não é ser tecnófobo…
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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