Lamento que o portal da ERC esteja tão desactualizado que não serve para nada. Fui lá e fiquei revoltado. Os erros de português, calinadas e similares proliferam a toda a hora nas televisões. A ARTV, canal da Assembleia da República teve em média no ano passado uns míseros 600 espectadores. Leia e informe-se. Tenha uma boa semana.
A ERC, Entidade Reguladora da Comunicação Social, tem um «site», claro. Uma miséria de material de divulgação. Um desprestígio. Os estudos que lá fui procurar referem-se a…2011 e 2012! Veja você mesmo e indigne-se também. É aqui.
Mas então a ERC não é aquela estrutura que devia promover «a regulação e supervisão de todas as entidades que prossigam actividades de comunicação social em Portugal»?
Mas então não compete à ERC «assegurar o respeito pelos direitos e deveres constitucional e legalmente consagrados, entre outros, a liberdade de imprensa, o direito à informação, a independência face aos poderes político e económico e o confronto das diversas correntes de opinião»?
Mas então a ERC não orienta a sua actividade com base em estudos permanentes? E a ERC não tem o dever de «disponibilizar todos os dados relevantes sobre a (sua) actividade»?
Então o que foi feito desde 2011/12? Ou não publicam no portal por serem secretos??! …Que vergonha!
Nas últimas semanas, o programa mais visto e o minuto mais visto, tanto por jovens como por adultos, foram de jogos de futebol. Mais de três milhões num dos casos (Benfica-Sevilha).
E 3 milhões: tal foi também o número estimado de espectadores da final Liga dos Campeões que, assim, esmagou concorrência é é agora 2º programa mais visto do ano.
“Sabadabadão”: Júlia e Baião não chegam ao… meio milhão de espectadores! Uma derrota para os apresentadores e para o formato. Mas a SIC já está a anunciar um “Portugal em Festa” com João Baião.
No sábado antes das eleições, dos primeiros 10 programas mais vistos, 6 foram da TVI, 3 da SIC e 1 da RTP.
Agora, o cúmulo dos cúmulos é a completa inexistência real de um canal público que transmite as sessões da Assembleia da República. Em 2013, a ARTV, antigo Canal Parlamento, não foi além dos 600 espetadores por dia. Claro que há outros valores para lá das audiências… mas… 600? Por dia? E quanto custa?
Há agora um fenómeno de vendas de novelas nossas para fora. Fico admirado com três ou quatro coisas: Brasil, Guiné e Cabo Verde não querem nada com essa nossa ficção. Mas a China e o Vietname já compraram. Quem vende mais é a TVI, claro.
Não tenho continuado com as calinadas porque às tantas também aborrece tanta imbecilidade. Mas hoje não resisto e vou buscar aqui uns apontamentozitos. Por exemplo: esta semana ficámos a saber que «as autarquias têm a obrigatoriedade» de não sei o quê.
Nas novelas, os autores usam e abusam de erros de Português chocantes para mim e para muita gente. É usual porem os actores a dizer (e eles dizem – sem se preocuparem com a nossa Língua): «Manda-lhe um beijo meu». Isto, estando o destinatário do telefonema junto da pessoa… Ou então: «Não o posso perdoar»…
Uma manhã destas houveram dois acidentes na Ponte 25 de Abril. Mas ficámos a saber que existe esperanças de que o desemprego baixe em 2015. Parece, no entanto a algum «jornalista» (entre aspas, sublinho), que o Governo prefere a austeridade do que o emprego.
Ficámos também a saber que a Polícia apreendeu quinhentas gramas de cocaína; a Judiciária não sabia aonde se escondia o tal Palito, aplaudido quando foi preso, vá-se lá saber com que significado… Sabe que Cavaco Silva interviu numa deslocação ao Norte?
Tanto analfabetismo também incomoda – não incomoda?
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«Postal TV», por José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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