O meu destaque e o meu elogio, hoje, vão para a Localvisão TV. Uma produtora que, sem grandes alardes nem grandes apoios que se conheçam, coloca no ar as nossas terras e procura trazer à luz das ondas da internet e hertzianas de televisão as realidades dos «Interiores» do País. Parabéns.
Felizmente, temos mais um (e este bom) caçador de calinadas na TV: Fernando Lopes. Agradou-me supinamente a sua crónica sobre a «maçadoria» / «maçodaria» de Passos na TV de Balsemão. Peço a quem não leu que dê lá um salto. Vale a pena, mesmo. Clique… (Aqui.)
Quem gosta de ver televisão, de vez em quando entra em choque. Os profissionais do microfone, muitos deles, repetem, repetem, repetem as bacoradas e os pontapés na gramática e nas regras da informação. E isso incomoda. Esta semana ficámos a saber que no domingo de Páscoa era terça-feira (rodapé na SIC N), e que «ainda faltavam recolher corpos de vítimas» de um naufrágio. Ouvi também que foi puribida a pesca de alguns bivalves em certas zonas. E sabe onde é que o Benfica festejou no domingo? No Marquês do Pombal: do Pombal, repito. O repórter repetia entusiasmado: aqui, no Marquês do Pombal. Deve ser do ninho das pombas, presumo. Coitado do «repórter».
Nesta semana também ficámos a saber que Fulana «chama-o de herói» (chama-lhe herói é que seria correcto) e que ele não vai «perdoá-la» – em vez de «perdoar-lhe».
Tanto, mas tanto pontapé na gramática! E lamento ter de registar que, para Marcelo Rebelo de Sousa, a enumeração de argumentos continua a ser feita assim: primeiro lugar…; segundo lugar… etc..
Agora o tal merecido elogio. Para quem? Para a Localvisão TV e para o serviço de uma mais-valia incalculada que ela presta sobretudo ao Interior. É um canal de uma empresa pequena e com poucos profissionais (pouco mais de 20, segundo sei). Foi criada em 2006, tem sede em Cascais e oito delegações regionais pelo País interior. Um exemplo para outros, que vivem à larga… e, proporcionalmente, não fazem um trabalho tão meritório. A sua política editorial sintetiza-se numa palavra: proximidade. Veja as últimas peças catalogadas… (Aqui.)
Depois, as audiências, uma matéria sempre a merecer atenção: eis as médias de um dia destes: RTP – 14%; SIC – 20; TVI – 23. Minuto mais visto da semana: futebol, na SIC. Programa mais visto por jovens e adultos: futebol, também na SIC. Sempre o futebol – eu não digo? É o bichinho da alienaçãozinha.
(Entre parêntesis: eu sei que «alienaçãozinha» não devia levar til. Eu devia escrever «alienaçaozinha» – que feio que fica… Mas há certas voltas que dão à grafia que me fazem azia, o que é que você quer? E, desta vez, nem estou a falar do malfadado Acordo Ortográfico.)
Segundo a Marktest, no mês de Março, «o Primeiro-ministro protagonizou 150 notícias de 6 horas e 13 minutos de duração, o que corresponde a uma média diária de 12 minutos». Para Seguro, 7 minutos por dia». São uns lordes. Os noticiários observados foram: «Jornal da Tarde, TeleJornal e Portugal em Directo; 24: Sumário (RTP2); Primeiro Jornal e Jornal da Noite (SIC); Jornal das 8 e Jornal da Uma (TVI)».
Por fim, uma nota de carácter social (leu bem: social): coitada da Alexandra Lencastre. A actriz, que dizem ser boa profissional, estará a atravessar um período psicologicamente mau (as plásticas mal sucedidas não a ajudam e os amores ainda menos – dizem).
Num programa recente, não esteve com meias medidas: vai de fazer com o dedo médio da mão direita aquele gesto feio … e parece que disse cobras e lagartos à malta da empresa de produção. Tiques de estrela num País sem estrelas de grande grandeza… Lamento. Arriba, Alex!
:: ::
«Postal TV», por José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
:: ::
Leave a Reply