A requalificação do largo do chafariz, na Praça da República, em pleno coração da cidade do Sabugal, está a causar forte polémica na medida em que ninguém conhece o projecto, que não foi colocado à discussão pública, ainda que a obra tenha lugar no centro histórico e administrativo.
A controvérsia já vem de longe e iniciou-se no dia 26 de Fevereiro de 2012 com o abate das árvores centenárias que existiam junto ao chafariz daquela praça emblemática do Sabugal, que era o antigo centro administrativo da vila, agora cidade. A razão do abate foi, ao que se apurou, o facto de ter caído um ramo dessas árvores numa viatura que ali estava estacionada.
A polémica teve um segundo episódio quando, em Outubro de 2012, a Câmara decidiu finalmente replantar árvores no local, mas escolhendo para o efeito medronheiros, árvore que muitos consideraram não ir de encontro à necessidade de se repor a imagem histórica do largo.
O terceiro episódio da polémica está agora em curso e é motivado pelo início inesperado de obras de requalificação do espaço. A área foi vedada e máquinas e operários começaram os trabalhos levantado o empedrado, colocando novos lancis e descarregando pedra nova para a reposição da calçada.
A forma como os trabalhos foram avançando motivou comentários mordazes e criticas diversas por parte da população residente, que considerou estar em curso uma descaracterização do local. A face mais visível da celeuma foi protagonizada pelo deputado municipal da CDU, João Manata, que se manifestou perplexo com o que observou no local e colocou o desabafo na página pessoal do Facebook:
«Ontem vi que a rua do arco se transformaria num beco já que foram aplicados à sua saída lambris do futuro passeio. Hoje ao voltar a visitar a obra os ditos lambris já não se encontravam na mesma posição, tendo-me sido dito que afinal a rua continuaria a ter saída. Entretanto os trabalhadores iam movendo pedras perguntando uns aos outros se as pedras ficariam melhor aqui ou acolá.»
Depois coloca no mesmo espaço interactivo cinco questões ao presidente do Município:
«Como é possível que granito branco seja aplicado na obra, quando na mesma zona aos particulares é exigido granito amarelo?
As autoridades competentes na gestão do património aprovaram a obra? – Se autorizaram isso só prova como este País ocupado anda à deriva.
A junta de freguesia do Sabugal foi informada do projecto da obra?
Foram informados os moradores?
Com tudo isto até é legítimo perguntar; será que existe projecto?»
As dúvidas não foram esclarecidas e as obras prosseguem a bom ritmo, colocando-se granito «branco» numa área histórica onde prevalece o granito «amarelo» e usando-se pedras de xisto negro para travar a calçada, o que também descaracteriza o local.
O presidente da Câmara, António Robalo, terá respondido às dúvidas do deputado da CDU João Manata no seu Facebook, mas, ao que consta, apressou-se a apagar tudo.
Não deixa de ser estranho que o mesmo presidente que usa e abusa do Facebook como muralha de espavento político, agora se tenha arrependido de ali ter respondido às questões que lhe foram formuladas por João Manata. A atitude é ainda mais estranha quando ainda há dias foi através do seu «humilde micro espaço ciber» que reagiu a um comunicado político da oposição.
plb
Á semelhança do que se fez pela Guarda (cidade)……
Já alguma coisa mudou nas fotos…levantaram-se pedras…alinharam-se de outra maneira, afundaram-se… para não ultrapassar o degrau da Fonte! Podem mudar o que quiserem…podem ali deixar o mais bonito espaço artístico do Mundo…mas vão deixar uma requalificação feita que nada tem a ver com a Praça da Republica…completamente desenquadrada. Falei em espaço artístico…porque não se está simplesmente a colocar calçada…Aqueles rectângulos de xisto preto têm que ficar certos de modo a darem o desenho projectado. Num sitio em que não há esquadria é de admirar o esforço e arte dos trabalhadores que estão a fazer a obra e a darem o seu melhor…Se tiveram que levantar e mover pedras foi só porque obedeciam a ordens.
“Se é moda…então fica bem!” – Este é um velho ditado que ainda hoje se aplica. Quem não se lembra da moda dos semáforos que proliferou por todas as freguesias no nosso concelho. Que utilidade têm estes controladores de transito nas aldeias onde poucos carros passam, onde a maior parte das vezes têm as lâmpadas fundidas ou então, as três acesas ao mesmo tempo!
Agora está na moda as lages ou perfis em granito polido, mesmo que o enquadramento não seja o mais adequado.
Quanto à obra referenciada neste “post”, é necessário que esteja bem à vista de toda a gente, não vão as pessoas esquecer-se…do dia de exercer o direito que voto.
OBRA SIM, OPORTUNISMO NÃO!
Joaquim Luís Gouveia
Preocupante e ridículo!
Será esta a grande obra do mandato?