António dos Santos Robalo, Presidente da Câmara Municipal do Sabugal tornou pública a deliberação da decisão tomada pela Câmara no dia 6 de Junho, no sentido da elaboração do Plano de Pormenor do Parque Termal do Cró, instrumento legalmente necessário para se proceder à alteração do Plano Director Municipal, de modo a que se possa construir o Hotel Rural, cuja edificação ficou a cargo da empresa a quem foi adjudicada a exploração comercial das termas.
Tal como o Capeia Arraiana informou em Abril deste ano, a construção do hotel ficou condicionada à alteração do Plano Director Municipal, na medida em que o mesmo ficará edificado em «área sensível», existindo condicionantes legais de protecção que impedem a afectação de terrenos a determinados fins. A área a intervir, em termos de elaboração do plano de pormenor, corresponde a cerca de 42 hectares, sendo que há nela condicionantes como a afectação de solos à Reserva Agrícola Nacional (RAN), Reserva Ecológica Nacional (REN), Rede Natura 2000, e ainda servidões decorrentes da passagem de uma estrada nacional, de linhas de alta e média tensão, da ribeira do Boi e seus afluentes, a protecção de recursos minerais e o facto de existir área com alto risco de incêndio.
O plano de pormenor tem por objectivo disciplinar a ocupação do solo, estabelecendo critérios dentro de uma visão integrada, possibilitando a futura criação de um parque termal com diversas valências, que incluem a edificação de construções que de outra forma não seria possível levar a efeito. Para além do balneário (já edificado) e do hotel, o parque terá de preservar a memória histórica do local, deixando intactas algumas ruínas das antigas caldas, possibilitar o desenvolvimento de outras actividades turísticas, e criar áreas para a prática do desporto e do lazer.
A construção do hotel do Cró (o designado Hotel Rural), embora já adjudicada à firma de ganhou o concurso de exploração das termas, aguarda por licenciamento, sendo que o mesmo está condicionado à regularização da afectação do solo. O primeiro passo nesse sentido é precisamente a elaboração e aprovação do plano de pormenor, processo que demorará meses, atendendo aos prazos legais a respeitar.
O Plano Director Municipal (PDM) do Sabugal existe desde 1994 e foi alterado em 2011, para nele se incluir a Zona de Implantação Empresarial do Alto do Espinhal. Esse mesmo PDM contém uma Carta de Ordenamento que por sua vez prevê a elaboração do «Plano de Pormenor para as Termas do Cró». Porém, ainda que legalmente previsto há 18 anos, e as termas tenham sido sempre apresentadas como prioridade política, o certo é que apenas agora se decidiu elaborar o plano, por se ter concluído que sem ele não se poderia construir o hotel adjudicado. Chama-se a isto começar a edificar uma casa pelo telhado e só depois se descobrir que antes se deveriam ter construído as paredes, que por sua vez deveriam nascer dos alicerces.
plb
Sr. João Valente, para lhe dizer que em tempo de vacas magras não há planeamento que resista! Afinal os Concelhos ao lado estão todos bem planeados. Olhem para a Guarda que deixa ir tudo para a Covilhã, Os planos estratégicos é para entreter, Fica bem, gasta-se o que não se tem, paga-se a umas equipas que vêm chular o pobre concelho, escrevem umas coisas bonitas dignas de campanha eleitoral e o Concelho fica contente porque tem um plano, como os outros. É preciso gente, empresários que invistam e se for para isso faça-se o plano do Cró. E não sou Pires, sou Peres.
Desculpas pelos erros… Conselhos em vez de concehos… LOL
A necessidade de encomendar a uma empresa um plano estratégico revela precisamente, Ramiro, da parte dos responsáveis políticos uma ausência de estratégia e de ideias. Caramba, não sabem o que pretendem para o conselho? At´a minha filha aprende nadisciplina de geografia do 11.º ano que nos conselhos rurais o desenvolvimento é sustentado na valorização dos recursos locais! Ou vão caír no Sabugal os, investimentos que não houve no tempo das vacas gordas? É precisa assim tanta ciência? Tanta iluminação? Concordo que a situação do Cró foi falta de planeamento, como muitas outras, porque o PDM não contemplou uma verdadeira estratégia de ordenamento de território. Foi por essa razão que não se puderam impedir também as eólicas em Sortelha. A situação do Cró, Como sabes, que foi ainda mais grave, porque nem o financiamento estava garantido e a câmara avançando para a obra sem acautelar o financiamento esteve em vias de suportar integralmente os custos, porque a Comissão de Coordenação se recusava a dar a obra como elegível. Quem resolveu o problema foi o actual presidente da câmara, a muitas penas! No Sabugal tem-se feito coisas boas e coisas más, mas o que tem faltado não é um plano estratégico, mas pragmatismo e bom senso político.
Aquele Abraço.
Caro João Valente
Estou totalmente de acordo contigo. A inutilidade de um Plano Estratégico está claramente demonstrada pelo desenvolvimento ímpar a nível nacional do nosso Concelho!
Somos um exemplo de como sem estratégia, sem rumo, sem objectivos claramente definidos, se conseguiu transformar o Concelho do Sabugal num dos concelhos mais desenvolvidos de Portugal!
Aqui não há desertificação! Aqui não há envelhecimento da população! Aqui é o oásis do interior!
Desculpa a ironia, mas não me ficaria bem a mim que defendo a necessidade de um Plano Estratégico há muitos anos e que sempre o disse, fosse quem fosse o Presidente da Câmara, fosse quem fosse o Partido com maioria, não vir mais uma vez dizer, sem qualquer dúvida, que o Sabugal precisa de um Plano Estratégico.
O que o Concelho não precisava era de um Plano de Pormenor que, dez anos depois, pretende apenas alterar o PDM para permitir concretizar aquilo que, sem planeamento, foi decidido fazer no Cró.
Então constrói-se o novo Balneário, fazem-se os arranjos exteriores, decide-se fazer um hotel sem qualquer Plano?
Para que é o Plano agora?
ps. Para que não restem dúvidas, enquanto eleito municipal não posso ter qualquer contrato com o Município do Sabugal. Ou seja, não tenho qualquer interesse pessoal na elaboração do Plano Estratégico..
Ramiro Matos
clarificando… o Presidente da Câmara também o acha inútil.
Luís Pires, pelo que ouvi e li, não me parece que o P. Câmara também não vê qualquer utilidade ou necessidade a tal Plano Estratégico. E de facto é inútil!
Faltam os planos de pormenor para as aldeias históricas, áreas envolventes dos monumentos e centro histórico do Sabugal.
Este sim um plano importante paita o futuro do Concelho, muito mais importante que qualquer plano estratégico. Este último apenas pode tentar prever o futuro, sem sabermos o que nos espera, um verdadeiro estudo académico, que servirá apenas para apresentar o programa eleitoral do Presidente da Câmara. O primeiro determina aquilo que se quer para o Cró e sua envolvente, esse sim de grande interesse, tendo em conta os investidores que se preparam para investir no local.