O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, esteve na cidade da Guarda para inaugurar a nova sede concelhia dos sociais-democratas. Para a história ficou uma «certeza» surpreendente do dirigente nacional sobre o concelho: «Houve más escolhas locais!» A visita ocorreu apenas uma semana depois das eleições onde Manuel Rodrigues venceu e sucedeu a João Prata na liderança dos sociais-democratas guardenses. As concelhias do PS na Guarda e no Sabugal foram, também, a votos recentemente continuando em banho-maria o PSD sabugalense presidido por Manuel Corte.
O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, deslocou-se à cidade mais alta para inaugurar a sede concelhia laranja na Guarda.
O dirigente nacional decidiu não poupar nas críticas e disparou em direcção à actual governação de José Sócrates afirmando que Portugal precisa «de um primeiro-ministro que seja menos líder do PS e mais primeiro-ministro de Portugal». Por outro lado considerou que «todo o investimento público tem que ser reavaliado e só se justificar se gerar valor acrescentado».
A surpresa-mor estava reservada para os reparos públicos que fez para dentro do seu partido em declarações aos jornalistas no final da cerimónia.
No seu exame político Miguel Relvas considerou que «o partido nunca conquistou a presidência da Câmara Municipal da Guarda por culpa própria» e que «se o PSD até hoje não conseguiu eleger um presidente do município a culpa não é da população» (nem do Partido Socialista acrescentamos nós) mas do PSD «porque ainda não apresentámos um autarca suficientemente arrebatador e com um projecto suficientemente forte para convencer aqueles que aqui vivem».
Podemos, assim, interpretar que o esforço das últimas décadas de simpatizantes e militantes anónimos e as escolhas dos dirigentes laranjas na Guarda recaíram em candidatos fracos. Estas palavras trazem-nos à memória os processos eleitorais em Santarém que não têm sido propriamente um viveiro de bons exemplos para os sociais-democratas.
Espalhanço histórico de Miguel Relvas na Guarda que demonstrou não estar habituado ou preparado para este tipo de intervenções. Lapidar.
Meias palavras na Rádio Altitude
Sempre que me é possível sou um ouvinte atento do programa «Meias palavras», da «Altitude On-line», transmitido nas manhãs de sexta-feira e onde marcam presença duas personalidades marcantes da vida política da Guarda: Ana Manso e Fernando Cabral. Num registo que faz lembrar a «Quadratura do Círculo» os dois adversários políticos analisam a semana política local, regional e nacional com educação e postura. «Quando já não estamos na vida política activa perdemos no radicalismo e ganhamos na moderação mantendo, contudo, as nossas convicções», dizia-nos, recentemente, o socialista Fernando Cabral.
A social-democrata Ana Manso, na antena da rádio, questionada e bem por Rui Isidro sobre a «gaffe» de Miguel Relvas «que culpa o PSD por escolher candidatos fracos» respondeu com muita educação e elevação: «Estive presente na inauguração da sede do meu partido. Não recebi nenhum convite mas entendi estar presente e ouvi atentamente todas as intervenções.»
Manteve o sangue-frio e acrescentou com ironia: «Mas, ó Rui, para ouvir essa pergunta mais valia ter ido a Fátima ver o Papa.»
Espicaçada por Fernando Cabral que diz ter visionado as fotografias dos jornais regionais e não se ter apercebido da presença do recém-eleito Manuel Rodrigues lá foi dizendo que viu o novo presidente da concelhia – muito discreto – na cerimónia que, curiosamente, decorreu uma semana depois das eleições e que «parecia talhada para outro vencedor», acrescentou Ana Manso.
Recorde-se que Manuel Rodrigues, antigo líder da bancada social-democrata na Assembleia Municipal, contabilizou 160 votos contra 152 do actual deputado João Prata que há dois anos liderava a concelhia.
Os socialistas da Guarda foram, também, a votos no dia 30 de Abril e Nuno Almeida é o novo presidente da Comissão Política Concelhia do PS da Guarda durante os próximos dois anos. Sucede a Virgílio Bento, actual vice-presidente da Câmara Municipal que não se recandidatou para um terceiro mandato. A lista única de Nuno Almeida integra, entre outros, nomes como Joaquim Valente, Esmeraldo Carvalhinho, Virgílio Bento, António Saraiva, Armando Reis, Gonçalo Amaral, Vítor Santos e José Martins Igreja. Nuno Almeida defendeu que Joaquim Valente «é o candidato natural do PS nas próximas eleições autárquicas».
Também no dia 30 de Abril houve eleições na concelhia socialista do Sabugal com uma lista única encabeçada por Nuno Teixeira e que incluía Sandra Fortuna, Jorge Figueiredo, Manuel Nabais, Cecília Barros e Eduardo Coelho. Manuel Barros, anterior presidente da concelhia sabugalense, entendeu não se recandidatar. O presidente eleito para os próximos dois anos declarou que «vai apostar no chamamento de mais pessoal jovem para a política» e «na construção da sede rosa cujo projecto está em fase de aprovação na Câmara Municipal».
O PSD do Sabugal continua num impasse mantendo na liderança o anterior vice-presidente do município Manuel Corte. Fonte fidedigna esclareceu-nos que a concelhia já não reúne desde o tempo em que foram apresentados os candidatos autárquicos e que ainda não está definida nenhuma data para eleições no Sabugal.
:: :: :: :: ::
POSITIVO – Programa «Meias Palavras» da Rádio Altitude.
NEGATIVO – Miguel Relvas, secretário-geral do PSD.
:: ::
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages
(Fundador e Director do Capeia Arraiana desde 6 de Dezembro de 2006)
:: ::
Gonçalo Amaral é o ex.PJ ?